3 de abril de 2020 3:36 por Marcos Berillo
O discurso ensaiado, pedindo até o Exército nas ruas para intimidar os governadores e reabrir o comércio diante da pandemia de Covid-19, além da mofada caça aos comunistas, não enganou a todos. A história da mulher que, aos prantos, teria comovido o presidente Jair Bolsonaro ao pedir a reabertura do comércio para garantir o sustento da família é mais um fake.
Fátima Montenegro é o nome dela. O que faz? É empresária e militante bolsonarista. A mulher é aposentada e dona da ABZ Caligrafia, uma grande empresa de Brasília.
De acordo com o jornalista do Grupo Globo Guilherme Caetano, um curso de caligrafia técnica na empresa da mulher que afirmou estar prestes a passar necessidade chega a custar R$ 960. “Fátima se diz pedagoga, calígrafa e professora há 30 anos. Nas redes sociais, ela compartilha imagens de convocações para atos contra o STF, o Congresso e a imprensa”, relata.
Com a repercussão que o caso alcançou, ela se diz arrependida do que falou, segundo entrevista ao portal Metrópoles. A “atriz” agora conta que a intenção era apenas fazer um apelo para que o comércio voltasse a funcionar.
“Por que falei isso? Não pedi intervenção [militar]. Se não estão deixando abrir o comércio, não pode deixar ninguém fazer [nada], põe o exército para pelo menos proteger a gente. Porque vão prender a gente. Não tive outra intenção. Me arrependi tanto de falar isso. Por que não veio polícia na minha cabeça?”, disse.
Entre os parlamentares, o deputado federal Alexandre Frota demonstrou indignação com tamanha indecência. “Chega ao fim mais uma farsa. Fátima Montenegro a mulher que se passou por vítima de perder o emprego e implorou para Bolsonaro o fim da Quarentena é uma empresária de Brasília e militante do Bolsonarismo. Foi colocada estrategicamente no dia para criar a comoção. Que vergonha”, twitou.