3 de abril de 2020 9:07 por Marcos Berillo
As entidades do Comércio lojista de Maceió estão fazendo um levantamento de quantas serão as demissões no setor varejista, quando acabar o prazo do decreto que estabeleceu o isolamento social no Estado. Uma medida de enfrentamento à propagação do coronavírus, pandemia mortal que assola o mundo, o isolamento afetou duramente o comércio da capital, que está de portas fechadas a mais de duas semanas.
“Vamos fazer um levantamento de quantas empresas vão demitir, e quantos empregados serão demitidos para mostrar ao governador” – disse o presidente da Aliança Comercial de Maceió, empresário Guido Santos, aos associados, em áudio que vazou esta semana. Ele reagiu às criticas de um lojista, de que as entidades de representação do comércio estariam aceitando sem contestação a suspensão das atividades no setor.
Segundo avaliação do lojista, o governador está irredutível em manter o isolamento social. “Extra-oficialmente acredito que ele só vai liberar dia 28 de abril” – prevê Guido Santos. Por isso, sugere como reação dos lojistas, apresentar ao governador argumentos baseados no número de demissões que podem ocorrer, ao fim da pandemia.
Ele próprio revela que já afastou 28 funcionários, ainda em regime de experiência, 9 menores aprendizes, e colocou em férias coletivas todos os gerentes e vendedores. “Toda loja Guido, exceto a entrega e centro de distribuição, está de férias coletivas por 30 dias” – revelou o empresário.
Junto com outras entidades, como Associação Comercial, ele vem participando de reuniões com o governador do Estado, Renan Filho (MDB), para discutir os efeitos do decreto que tornou calamidade a ocorrência da pandemia coronavírus. Guido Santos assegura que tem argumentado contra o fechamento total, mas ressalta que as determinações oficiais não podem ser descumpridas.
“Tenho participado de todas as reuniões, junto com a Associação Comercial. Temos argumentado junto ao governador, mas ele segue o exemplo dos outros governadores. Já passou de uma questão de saúde e virou uma questão política. Não podemos dizer que não vamos acatar o que o governador decidir” – afirma o dirigente da Aliança Comercial.
Como exemplo dos prejuízos que o não cumprimento do decreto pode causar, Guido Santos cita o caso de uma loja que abriu, adotando algumas medidas de segurança, como ter só um porta de acesso, e limitando o números de pessoas, e foi fechada pela polícia. “A polícia chegou e fechou. Por isso não dá pra dizer que não vamos cumprir o decreto do governo e da Prefeitura de Maceió” – afirma.
Segundo ele, o governador gosta de números, por isso pediu que cada lojista informe o número de demissões que fará, para um levantamento oficial da Aliança Comercial de Maceió. “Quem já demitiu, e quantas pessoas. Queremos fazer um levantamento para entregar ao governador. Quem tem lojas e fará demissões, também deve nos informar” – disse Guido Santos.