15 de abril de 2020 8:11 por Thania Valença
Igual a bêbado com receio de cair ou sem forças para caminhar, a feira do bairro de Jatiúca, em Maceió, começou acanhada, encostada no muro do antigo supermercado Ceia – espaço que, hoje, é uma estação de energia da Equatorial. As banquinhas eram improvisadas, uma distante da outra. Os gritos dos vendedores eram ouvidos de longe:
Macaxeira, batata-doce. Inhame, bom e barato!
Todos os produtos eram colocados à venda em carroças, utilizadas também na construção civil, ou em lonas esparramados sobre o chão. Os feirantes madrugavam para comprar os produtos frescos no Mercado Público, no bairro da Levada.
Negro, parrudo, um tipo que se parecia com os gladiadores romanos, voz grossa, Pedro Tarzan era um dos primeiros a colocar suas hortaliças e verduras à venda. Numa bacia de alumínio expunha cebolinha, coentro, salsa, alface, hortelã, tomate, pimentão, tudo plantado no quintal.
As casas, nessa época, tinham quintais com fruteiras, e se criava porcos, galinhas, patos.
Pedro Tarzan era um personagem do bairro e da cidade. Funcionário público municipal, trabalhava como fiscal de postura na Superintendência Municipal de Obras Viárias (SUMOV) e era um dos carnavalescos mais conhecidos de Maceió.
A participação de um número cada vez maior de moradores fez com que a feira crescesse. As bancas começaram a ser improvisadas, adquirindo jeito de feira livre com barracas instaladas e certa padronização.
Se no passado era Pedro Tarzan a figura que animava a feira de Jatiúca, hoje é a Maria de Fátima Pereira da Silva, a Galega. Nascida em Palmeira dos Índios, como todo filho de agricultor começou a trabalhar adolescente. Aos 15 anos de idade, foi ganhar a vida trabalhando nas feiras de Palmeira dos Índios e Arapiraca.
Trabalhando na feira de Jatiúca há 29 anos, foi como feirante que Galega criou as duas filhas, que hoje são feirantes também. “A minha vida é a feira. Somos três gerações trabalhando dignamente na feira de Jatiúca, graças a Deus” – afirma.
A barraca da Galega é a única que vende plantas, ervas medicinais, pimentas e temperos frescos.
Abastecimento
A maior parte dos produtos comercializados na feira de Jatiuca vêm da Ceasa, mas tem feirantes que compram produtos de União dos Palmares, Arapiraca e do interior de Pernambuco.
São cerca de 40 barracas e mais os mercadinhos, padaria, açougue, barbearias e farmácia.
Em tempo de coronavírus, os feirantes estão entregando em domicílio
Serviço:
Barraca da Fábia: 9.96485462/ 9.88913386
Barraca da Economia: 9.96260380
/
Padaria Ferreti: 33253032
Padaria Bendita: 9.99733741
Padrino, (massas artesanais, saladas, omeletes, grelhados, risoto e sobremesas): 9.98420491
Bar do Camarão: 33575144
3 Comentários
Utilidade pública
Exatamente, Claudevan.
Precisam corrigir uma informação da reportagem, existe outra Barraca que vende Temperos e Ervas Medicinais há mais de 15 anos … e a Barraca da Neide Temperos …acredito que seja o melhor de todos os temperos. Como há outros feirantes como o Jailson que vende um charque maravilhoso.