terça-feira 3 de dezembro de 2024

Ator alagoano relembra Rubem Fonseca como artesão do texto e da trama

19 de abril de 2020 1:43 por Marcos Berillo

O ator alagoano Chico de Assis usou o romance “Agosto”, que virou minissérie com o mesmo nome, na TV Globo, para lamentar a morte de seu autor, Rubem Fonseca. Considerado um dos maiores escritores brasileiros, o autor, romancista e roteirista morreu na última quarta-feira, 15, no Rio de janeiro, aos 94 anos, de um ataque cardíaco fulminante.

“A tristeza da partida do grande Rubem Fonseca consternou a mim e a muita gente no Brasil. Não é todo dia que encontraremos um escritor tão bom quanto ele, um verdadeiro artesão na construção do texto e na armação de tramas que, roteirizadas, foram ao ar com a qualidade do mestre” – disse o ator alagoano, que atuou na minissérie Agosto.

Ator Chico de Assis deu vida ao personagem Teodoro, na minissérie Agosto. Foto: Arquivo pessoal

A minissérie Agosto é uma ficção histórica, com cenário no Rio de Janeiro, em plena crise do governo de Vargas, em 1954. A história tem início com o assassinato do empresário Paulo Gomes de Aguiar (Paulo Fernando), no início do mês de agosto, relacionado a negociatas que envolvem uma empresa de importação e exportação fundada pela vítima. O incorruptível comissário de polícia Alberto Mattos (José Mayer) é incumbido de assumir a investigação do caso.

Sua postura honesta na delegacia em que trabalha. um local fortemente entregue à corrupção, não é bem vista pelos colegas. Idealista, Mattos é um homem com capacidade de não se desviar de seus ideais. E, no que pode, ajuda os presos que vivem em precárias condições.

Na produção de TV, o alagoano Chico de Assis interpretou o personagem Teodoro, chefe da segurança do Senado Federal, escalado para investigar o senador Vitor Freitas, que estava envolvido com corrupção de menores e pedofilia.

“O perfeccionismo era uma das características de Rubem Fonseca. Ele trabalhava e retrabalhava cada cena em seus romances, e Agosto ao ser adaptado por Jorge Furtado e Giba Assis Brasil, para a televisão, até parecia que havia sido escrito com esse objetivo. Claro que os dois mestres criaram a ambientação e a televisão potencializou as qualidades do texto original e dos diretores”, avalia Chico de Assis, ressaltando que a minissérie é um marco da televisão brasileira.

Ficha Técnica:
Autoria: Jorge Furtado e Giba Assis Brasil; Direção: Paulo José, Denise Saraceni e José Henrique Fonseca; Direção-geral: Paulo José; Direção artística: Carlos Manga.

 

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