sábado 27 de julho de 2024

Empresários pressionam o governo para abrir o comércio, não importa quantos vão morrer

12 de junho de 2020 5:08 por Geraldo de Majella

Kennedy Calheiros, presidente da Associação Comercial de Maceió. Foto. Google

O Brasil não é para amadores essa frase não fica desatualizada nunca. O mundo vive a pandemia do coronavírus. As tragédias são noticiadas em todos os países: milhares de mortes, milhões de contaminados e milhões de desempregados; não há nada comparado no mundo em tempo de paz com a pandemia do coronavírus.

Os governos, em geral, uniram os países contra a propagação do vírus; alguns governantes, no início, desdenharam da força mortal e avassaladora do vírus, mas logo recuaram e passaram a seguir as recomendações da OMS e das demais instituições científicas.

O estrago feito na Itália, Inglaterra, França e outros países, com a assustadora explosão de milhares de mortos, e as famílias sem poderem fazer o sepultamento digno. Os EUA e o Brasil, no continente americano, lideram essa competição macabra. O resultado: nos EUA, mais de 113 mil mortos e, no Brasil, mais de 41 mortos. Infelizmente, não há perspectiva de redução.

O Brasil, tem um (des)governo; o Ministério da Saúde está acéfalo e os técnicos em saúde pública foram substituídos por militares. O ministro da Economia é um mitômano com formação na ditadura fascista chilena de Augusto Pinochet.

Alagoas, diante dessa tragédia que não para de crescer, tem sido molestada com notas de entidades patronais que primam pela irracionalidade. A Associação Comercial de Maceió (ACM) manifestou-se através de nota, dia 10, contra o decreto estadual que prorrogou o isolamento social. Alagoas tem, segundo o boletim de ontem, dia 11, 19.200 casos de Covid-19 e 681 óbitos. Nenhuma menção a essa tragédia é feita na nota da ACM.

A ACM destaca que “nos 82 dias de paralisação, já atingiu a marca de perda superior a R$ 400 milhões em sua arrecadação”. O grau de desprezo pela vida e pela dor das centenas de famílias beira a insanidade. É intolerável esse tipo de argumento a partir de uma entidade de classe que representa o comércio. Os trabalhadores do comércio que já perderam a vida para o coronavírus não são motivo sequer de compaixão dos dirigentes da ACM.

O governador Renan Filho acertou ao decretar o isolamento social. Este é, além de uma medida sanitária eficaz, recomendado por todos os núcleos científicos mundiais.

A atitude criminosa do presidente da República não é mencionada pela ACM. Os dados levantados pela imprensa são graves e têm impacto negativo na pandemia. Do auxílio financeiro anunciado pelo governo federal aos municípios, com previsão de 76 bilhões, até agora foi gasto 1,9 bilhão. O programa bolsa família tem previsão de 3,03 bilhões; destes, foram gastos 257 milhões. Um dado importantíssimo que dialoga diretamente com a ACM é o beneficio emergencial de manutenção do emprego e renda, com previsão de 51,6 bilhões, dos quais só foram gastos 9,9 bilhões.

O governo federal é o principal responsável pelo caos em que se transformou o Auxílio Emergencial: dos 107 milhões que o solicitaram, apenas 48 milhões receberam. Essa é a marca da incompetência e em momento algum a ACM a ela se refere.

A Associação Comercial de Maceió deve uma nota de desculpa às famílias dos mortos e às dos que contraíram o coronavírus. 

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