6 de agosto de 2020 7:27 por Madson Costa
No dia 30 de julho, quinta-feira, Phylipe Nunes, cantor e compositor pernambucano, lançou oficialmente seu single “Azul Neon & Lá Vem O Céu”, que também antecede o lançamento de seu novo disco. Lançado pelo selo musical Batata Records, o single conta com 3 faixas e uma parceira com cantor e compositor Bruno Berle, considerado um dos principais expoentes da jovem música alagoana. Phylipe Nunes dispõe de uma extensa biografia artística, sendo parte do “The Mozões”, banda e movimento cultural pernambucano-alagoano, conquistando o 2° lugar no Festival Em Cantos de Alagoas, com sua canção autoral “Verde”, e já tendo se apresentado ao lado de bandas como Carne Doce e Troco em Bala.
Seu primeiro EP “Nunes”, lançado em 2015, recebeu boas críticas, com a canção “Sweet Solidão”, ele angariou um lugar entre as músicas brasileiras mais lindas de 2015, ao lado de músicas como “Mãe” do rapper Emicida. Phylipe Nunes também já foi elogiado por artistas como “Sara Não Tem Nome” e tem sua produção bem aceita pela crítica e a comunidade artística. Além disso, ele também fez parte da coprodução do álbum “Areia e Mar” e uma das músicas do álbum “Lindeza II”, mixado por ele, integra a trilha sonora do filme nacional “Morto Não Fala”. Tudo isso já demonstra o que se deve esperar de “Azul Neon & Lá Vem O Céu”, uma produção que alterna entre o cancioneiro caseiro e o instrumental.
O single surge como um paraíso de memórias, que reúne canções gravadas em diferentes momentos e lugares. Assim, provocando uma espécie de sensibilidade, que desperta a nostalgia e a doçura dentro do peito, ao passo que propõe um momento de respiro para que pensemos sobre o amor. Sim, “Azul Neon & Lá Vem O Céu” é, sobretudo, uma reunião de sentimentos e comunhão entre amigos que tem em comum a serenidade artística. Em “Azul Neon”, a primeira faixa do single, Phylipe Nunes traz a melodia do que é estar essencialmente apaixonado. “Quando você chegar, meu coração se abrir, o medo se desfará”, traz à tona o que é estar em um estado de sintonia com seus sentimentos, onde, basicamente, a paixão se torna o ponto conjunto sob um céu azul neon.
Mas, ao mesmo tempo, também é sobre o tempo, partida e memórias, “nunca vou esquecer o quanto amo você, tampouco a cor do céu”. O céu é o sentimento remanescente, que nos acompanha ao longo da vida. Na segunda faixa do single, “Lá vem o céu”, gravada no Montana Records e feita em parceria com Bruno Berle, que canta e toca violão na música, Nunes propõe-nos uma sintonia melódica com a calmaria, a qual se intensifica ainda mais com a construção de um universo simbólico, que mescla componentes naturais e o que só nós podemos sentir, como em “tuas palavras despertam bem mais que o sol, se harmonizam com a luz e com o mar”. “Lá vem o céu” parece querer despertar a nossa parte onírica, como se viesse direto de um sonho, onde, mais uma vez, a memória do amor se torna o personagem protagonista desse sonho-canção.
Já a última faixa, “Vim de Longe Vim do Norte”, se afirma como um sopro instrumental de saudades, que contrasta com o som vocal de Nunes, de modo, que parece que estamos escutando os próprios ventos vindos do Norte ao anoitecer do dia. Decerto, poderia analisar a obra através de toda uma literatura teórica sobre o que é forma e um estudo objetivo da pertinência da arte. No entanto, sinto que ao fazer isso, estaria perdendo a essência do que é “Azul Neon & Lá Vem O Céu”, algo que busca nos fazer captar a emoção estética que Nunes quer nos passar. ““Azul Neon & Lá Vem O Céu”” é sobre sentir, e para sentir, não precisamos de teoria. “Não sinta mais tristeza, só o amor restará”.