11 de setembro de 2020 2:21 por Da Redação
Ex-trabalhadores da Alma Viva denunciam que teriam sido demitidos por se manifestarem contra a proposta apresentada pela empresa para regularizar os direitos trabalhistas, após reunião mediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
Segundo denunciam, a Alma Viva estaria cometendo uma série de abusos, como pagamento de salários abaixo do salário mínimo. Os novos trabalhadores estariam recebendo, mensalmente, o valor de R$ 850. Após passar pelo período de experiência, o salário é reajustado para R$ 954, valor também inferior ao mínimo.
Cálculos feitos pelos servidores mostram que eles deveriam receber R$ 819 de retroativo, considerando que ganham R$ 91 abaixo do salário mínimo durante nove meses. A Alma Viva quer pagar R$ 241, gerando uma perda de R$ 579 para os trabalhadores.
De acordo com os relatos feitos ao MPT, os trabalhadores dispensados também não recebem a diferença salarial nas rescisões contratuais. Além disso, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e as férias não são calculados sobre o valor do salário mínimo.
Até as idas ao banheiro seriam monitoradas pelos supervisores, que são acusados de obrigar os trabalhadores a fazê-las apenas nos horários de descanso estabelecidos por lei.
O ex-funcionário Marco de Florentiis disse ter sido demitido na última terça-feira (8) por ser uma das pessoas à frente dos protestos contra a proposta apresentada pela empresa. “Afirmei em bom tom que iria me pronunciar contra e incentivar os colegas de trabalho a votarem contra na assembleia para votação da proposta. Eles me demitiram sumariamente”, disse.
Diante disso, Marco afirmou que apela para os ex-colegas não abrirem mão do direito ao salário mínimo nacional e ao pagamento dos retroativos desde 2018. “A Alma Viva do Brasil veio com uma proposta ridícula onde os prejudicados seriam os trabalhadores”, reclamou.
Relatos dão conta de que a empresa estaria disponibilizando veículos para transportar os funcionários com a finalidade de votar na assembleia. Outros denunciam a presença de um grande número de supervisores nos locais de votação como forma de intimidação.
Veja imagens da movimentação em frente à empresa: