21 de setembro de 2020 12:54 por Da Redação
Teve início hoje (21), em Alagoas e em outros 16 estados, a quarta edição da operação “Mata Atlântica em Pé”, voltada a coibir o desmatamento e a proteger as regiões de floresta que integram o bioma da Mata Atlântica. A operação conta com a participação e o apoio de diversas instituições, a exemplo do IMA, do Ibama e do Batalhão de Polícia Ambiental.
Em território alagoano, a ação está sendo acompanhada pelos promotores de Justiça Jorge Dórea e Alberto Fonseca, do Núcleo de Defesa do Meio Ambiente e da 4ª Promotoria de Justiça, com atribuição também na defesa do meio ambiente. O final da operação está previsto para o dia 1º de outubro, com apresentação dos resultados no dia seguinte.
Aqui, sete polígonos farão parte das fiscalizações. Porém, as áreas serão mantidas em sigilo para não atrapalhar a operação. Para inspecionar esses alvos, três equipes foram formadas e elas são compostas por todos os órgãos envolvidos. Todas foram às ruas obedecendo aos protocolos de sanitização e distanciamento recomendados pelas autoridades de saúde e sanitária.
Os alvos escolhidos são aqueles com registros mais antigos de desmatamento, sendo o horizonte de oito anos o tempo trabalhado para a escolha dos locais a serem fiscalizados. Ao todo, no estado, a previsão é que sejam vistoriados 20 alvos, durante os cinco dias de operação.
Números nacionais
No ano passado, foram vistoriadas 559 áreas, constatando-se mais de 5,4 mil hectares desmatados sem autorização dos órgãos públicos, o que resultou na aplicação de R$ 25 milhões em multas.
Participam da operação os MPs de todos os estados brasileiros que abrigam o bioma da Mata Atlântica: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. O bioma ocupa uma área de 1.110.182 Km², equivalente a 13,04% do território nacional.
Tecnologias
Desde a primeira edição, a operação utiliza o Atlas da Mata Atlântica, sistema que monitora a situação do desmatamento em todos os municípios do bioma, realizado pela organização não governamental SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, com uso de imagens de satélite.
Neste ano, será utilizada também a Plataforma MapBiomas Alerta, um programa de alertas e emissão de relatórios de constatação de desmatamento que usa tecnologias de monitoramento e tratamento de dados desenvolvido pelo projeto MapBiomas, iniciativa multi-institucional que soma universidades, empresas de tecnologia e organizações não governamentais que realizam o mapeamento anual da cobertura e uso do solo no Brasil.
Essa nova ferramenta possibilita a obtenção de imagens de satélite em alta resolução para a constatação de desmatamentos recentes, e sua utilização foi viabilizada por termos de cooperação diretos de alguns MPs e, em âmbito nacional, pela parceria da Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa), que tem termo de cooperação para o uso do MapBiomas Alerta.
Uma novidade da operação neste ano é a possibilidade de fiscalização remota, sem a necessidade de vistoria em campo, dada a precisão dos dados obtidos pelos sistemas de monitoramento via satélite. Os dados obtidos a partir das imagens são cruzados com o Cadastro Ambiental Rural, assim são identificados os proprietários pelos terrenos. Isso viabiliza a lavratura de autos de infração e termos de embargo por via remota.
*Com assessoria