24 de setembro de 2020 3:02 por Da Redação
Thania Valença – Sob a acusação de favorecimento à família do empresário João Lyra, credores da Usina Laginha, falida desde 2014, pediram que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) afaste o relator do caso, desembargador Klever Rêgo Loureiro. A usina acumula um passivo de R$ 1,5 bilhão.
O pedido foi atendido e o CNJ deu um prazo de 72 horas para que o magistrado preste esclarecimentos diante das graves denúncias. Ao Tribunal de Justiça de Alagoas, por meio de um pedido de providências expedido hoje (24), o conselheiro André Godinho, relator do caso, deu o mesmo prazo para que registre a existência de eventuais processos administrativos disciplinares para apuração das condutas do desembargador Klever Rego Loureiro no âmbito da Corte.
“A intenção é cristalina: tentar evitar o pagamento de credores na forma da lei, viabilizar a redução da importância a eles destinada e reverter o maior número de ativos para o Falido”, diz o texto do documento encaminhado ontem (23), pelos denunciantes, ao CNJ.
O desembargador Klever Loureiro é o próximo presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL).
O caso
Segundo o site www.epoca.globo.com, que divulgou a informação, na semana passada, o desembargador Klever Loureiro acolheu um pedido de Lourdinha Lyra, filha de João Lyra, e afastou o administrador judicial do processo de falência. O magistrado também suspendeu o pagamento aos credores.
O desembargador alegou ter “desconfortos pessoais” com o antigo administrador judicial e em seu lugar nomeou outro que disse fazer um “brilhante trabalho”. Os credores reclamam que Loureiro trocou a empresa de Minas Gerais, que vinha administrando a massa falida da Laginha, por um homem que nunca desempenhou essa função e responde a um processo por improbidade administrativa.
O homem, seria o ex-diretor financeiro do Instituto da Previdência do município de Porto de Pedras, no Litoral Sul de Alagoas, Julius César Lopes Vasconcelos. Junto com a então prefeita Camila Farias, e outros, Julius César é acusado de fraudes contra o Instituto Municipal de Previdência de Porto de Pedras, que teria causado prejuízo de R$ 2.294.944,, conforme denúncia da Promotoria de Justiça do município.
*Com Eduardo Barretto
Veja a reportagem do site epoca.globo.com: