5 de janeiro de 2021 11:51 por Geraldo de Majella
O mistério feito pelo prefeito de Maceió, JHC, durou quatro dias. Finalmente os nomes dos secretários foram anunciados. Se era uma estratégia de marketing, não deu certo e a montanha pariu um rato. Não há nada que se diga novo ou impactante entre os nomes apresentados.
O secretário de Educação, o baiano Elder Patrick Maia, é o que tem currículo acadêmico e o único que pode ser destacado entre os seus colegas. O prefeito procura apresentar-se como jovem ‒ de fato é, tem 33 anos –, moderno e antenado com o mundo virtual, mas quando o mundo real descortina-se, logo se percebe que o jovem é adepto das velhas práticas.
A expectativa criada de que apresentaria um secretariado high-tech, cuja tecnologia é de última geração, tipo 5G, não aconteceu. O sistema a ser operado na prefeitura é analógico. Os motivos e os vícios são os antigos: acordos políticos tradicionais e submissão ao domínio do capital sobre o público. Essa será a marca do seu governo.
O governo tem um Núcleo Duro: JHC e João Caldas – este é a mão invisível, é o pai; secundado pelo deputado estadual Davi Maia e pelo senador, Rodrigo Cunha.
O núcleo duro detém o controle das pastas com maiores orçamentos: Educação, Saúde, Infraestrutura, SMTT. O perfil dos secretários é de baixa qualidade técnica e sem nenhuma autonomia.
O empresário da construção civil Jeferson Lima Araújo é amigo de João Caldas e indicou para a Secretaria de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (SEDET) o ex-prefeito de Maceió, Pedro Vieira. O nomeado era, até dezembro, um dos diretores do grupo empresarial Lima Araújo. Para a Superintendência de Desenvolvimento Sustentável, o nomeado foi o empresário da construção civil Ives Peixoto.
A Secretaria de Infraestrutura, indicação do vereador Francisco Sales, terá o tenente do exército (temporário) Nemer Ibrahim para tocar as obras.
A SEDET é a secretaria que cuida do licenciamento ambiental, do plano diretor da cidade, do plano municipal de saneamento básico e do plano integrado de resíduos sólidos. A regulação do espaço urbano da cidade é operacionalizada por essa secretaria. A leitura inicial do governo que se inicia é fruto da velha aliança de João Caldas com amigos empresários remanescentes do governo Geraldo Bulhões.
O flerte com a repressão policial é simbolizado nas nomeações de dois delegados de polícia: Tiago Prado, polícia civil, e André Costa, polícia federal. Um terá a função de reprimir ambulantes e manifestantes; o outro tentará pressionar os empresários de transportes urbanos. Os outros secretários e secretárias são de casa.
O que há de novidade nessa formação?
Vamos aguardar o desenrolar dos acontecimentos.