quinta-feira 19 de setembro de 2024

Mirian Monte tem o palco, mas não sabe o que fazer

Não existe em Maceió um arquivo municipal, também não há bibliotecas físicas ou virtuais. Nos bairros, não existe escola de música, espaço para dança, artes plásticas

13 de março de 2021 12:20 por Geraldo de Majella

Guerreiro alagoano. Foto: gazetaweb.globo.com

 

A Fundação Municipal de Ação Cultural de Maceió (Fmac) é uma instituição que tem sido utilizada pelos prefeitos para decorar a cena política com shows, celebrações natalinas, festejos juninos e o carnaval nos bairros. A Fmac serve apenas como repassadora de verbas carimbadas pelos editais, sempre os editais, para as Organizações Não Governamentais (ONGs) dos vereadores aliados do prefeito.

A poeta e servidora pública Mirian da Silveira Monte foi nomeada pelo prefeito JHC presidente da Fmac. Filiada ao PSB, nas eleições de 2020 obteve 888 votos como candidata a vereadora, não se elegendo.

Mirian Monte assumiu a Fmac e não apresentou um programa, mínimo que fosse, como gestora cultural da capital. Gestão pública não é a sua especialidade, e menos ainda na área cultural.

O parâmetro que disponho para comparar é a longa gestão de Vinicius Palmeira, a mais longa da história da cidade, de oito anos consecutivos. A Fmac captou 7.110,00.00 (sete milhões e cento e dez mil reais) através de emendas parlamentares, assim distribuídas: deputado Paulão, 2,9 milhões; senador Benedito de Lira, 2.0 milhões; deputado Ronaldo Lessa, 500 mil; deputado Maurício Quintela, 150 mil; deputada Tereza Nelma, 910 mil; e o senador Rodrigo Cunha, 650 mil.

Mirian Monte vai iniciar a sua gestão com 1.560.000,00 (um milhão, quinhentos e sessenta mil reais) no caixa, mas os seus primeiros movimentos dão a entender que ainda não há um rumo. Vinicius Palmeira fez da Fmac um palco para os brincantes de Maceió; passados oitos anos, não deixou nada como referência a não ser centenas de eventos.

Não existe em Maceió um arquivo municipal, também não há bibliotecas físicas ou virtuais. Nos bairros, não existe escola de música, espaço para dança, artes plásticas etc., mas seria injusto dizer que o ex-presidente da Fmac não é uma pessoa articulada; o que faltou foi o principal: uma política cultural para Maceió.

Mirian Monte corre o sério risco de se tornar a declamadora de poemas nos eventos públicos ou nos convescotes para alegrar o prefeito. O cargo pode se mostrar maior do que a sua ocupante, caso não abra a discussão com os diversos campos da cultura em Maceió. Para tanto, terá de assumir a condição de articuladora e mediadora dos conflitos e disputas próprios do mundo artístico e intelectual.

Se quiser se apresentar como uma gestora com relevância, que construa coletiva e democraticamente uma política cultural para Maceió.

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1 Comentário

  • Realmente é necessário fazer entender que a atividade física é a melhor prevenção que existe para a nossa saúde física, mental e principalmente emocional, quando praticada de forma lúdica e prazerosa. Parabéns Eduardo, sua luta é nossa luta.

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