22 de junho de 2021 11:41 por Da Redação
Em maio último, quando foi votada a Lei Orçamentária Anual (LOA), o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC, sentiu que manter boas relações políticas com os próprios aliados não é uma tarefa fácil. Apesar de ter uma bancada ampla na Câmara Municipal, o prefeito viu os vereadores manifestarem autonomia, reduzindo o percentual de remanejamento do Orçamento que poderia fazer sem pedir autorização ao Legislativo.
Ele queria um percentual de remanejamento de 25% nos mais de R$ 2,5 bilhões do exercício financeiro desse ano, mas os vereadores, entre eles seus aliados, aprovaram uma emenda ao orçamento que reduziu para 5% o que poderá remanejar.
A “surpresa” desagradou ao prefeito JHC, que teve ainda que engolir uma suposta independência da Câmara em relação ao Executivo municipal.
Nesta terça-feira, 22, o prefeito teve que enfrentar, de novo, o que se pode chamar de fogo-amigo.
Depois de nomear Patrícia Mourão para a Secretaria Municipal de Turismo (Semtur), indicada pelo vice-prefeito Ronaldo Lessa, JHC enfrenta a insatisfação dos principais dirigentes do PDT, partido de sua base de apoio.
A insatisfação diante da opção de JHC por um nome indicado por Lessa, que também é dirigente do PDT, pode ser difícil de administrar, já que a legenda havia optado pelo nome do ex-deputado estadual e ex-vereador Judson Cabral, presidente da executiva municipal pedetista.
“O PDT local é um partido orgânico, em construção e que tem vários quadros que poderiam contribuir com a prestação administrativa e com o bem estar da população. Dentre eles, Judson Cabral, figura experiente e já experimentada que ainda conserva um pensamento atual e progressista” – disseram os insatisfeitos, em nota.
Eles ressaltam que não há nada contra Patrícia Mourão, definindo a preferida de Ronaldo Lessa como “um quadro histórico do partido e que prestou um serviço de qualidade quando da sua participação, ainda na década de 90, na mesma secretaria de turismo”.
Mas lembram que, por unanimidade, o partido indicou o nome de Judson, “inclusive com o aval público do Trade turístico”.
Ver o nome de seu dirigente municipal ser preterido, deixou os pedetistas frustrados. Reafirmando compromisso “com a defesa da educação, do trabalhismo e da democracia”, eles se revelam um pote-até-aqui-de-mágoa com a escolha do prefeito e seu vice.
A nota do PDT é assinada por Judson Cabral, Marcondes Costa, Charlene Saad, Caio Lima, Thiago Toledo e Alexandre Bastos.
1 Comentário
A reportagem deu a entender que é insatisfação com JHC e quer resumir a questão “emocional”, de “mágoa”.
Mas a nota lançada do pessoal mostra que não tem nada com JHC e sim com as práticas dentro do partido.
Estou em grupos do PDT e a insatisfação com a forma que Ronaldo Lessa conduz vai além desse grupo que se manifestou!