29 de junho de 2021 5:58 por Marcos Berillo
Neste mês de junho, de celebração da diversidade, entidades civis e movimentos sociais cobram a implantação, pelo governo do Estado, da Delegacia Especial dos Crimes contra Vulneráveis. Instituída pela Lei de nº. 8.364, de 22 de dezembro de 2020, a delegacia ainda não saiu do papel.
Para os movimentos, a instauração da DEV Yalorixá Tia Marcelina será determinante para o combate à impunidade e para o atendimento especializado às vítimas, que incluem a comunidade LGBTQIAP+, pessoas idosas, deficientes e população em situação de rua.
A delegacia complementará, especialmente, a rede de defesa e proteção dos direitos humanos da população LGBTQIAP+, que atualmente conta com a 14ª Vara Criminal – de competência exclusiva para processar e julgar os crimes contra este grupo.
Para a comunidade que sofre de crimes LGBTfóbicos, a delegacia faria toda a diferença, pois ofereceria uma recepção com escuta qualificada, sigilosa e não julgadora por equipes multidisciplinares, funcionando 24 horas por dia.
“Fechamos a rede de proteção, que começa naturalmente com a queixa de alguém que foi vulnerabilizado, vítima de violência. Essa queixa tem que ser feita num espaço apropriado para isso.”, disse o desembargador Tutmés Airan, em 2 de outubro do ano passado quando, no exercício do cargo de governador, encaminhou o projeto que criou a especializada à Assembleia Legislativa.
Os deputados aprovaram o PL no dia 15 de dezembro de 2020, em regime de urgência. A lei foi sancionada pelo governador Renan Filho no dia 22 e publicada no Diário Oficial do Estado do dia 23 do mesmo mês. Mas, até agora, a delegacia não foi criada pelo Estado.
Homenagem
O nome Tia Marcelina é uma homenagem à mãe de santo que resistiu à invasão de seu terreiro no episódio ocorrido em 1912, que ficou conhecido como o “Quebra de Xangô”. Nesta data, os espaços destinados aos cultos de religião de matriz africana foram destruídos em Alagoas.