14 de julho de 2021 3:33 por Marcos Berillo
Parte de um mistério que durava nove anos chegou ao fim. Exame de DNA realizado na ossada encontrada no último dia 18 de abril, no Povoado Pontal do Peba, no município de Piaçabuçu, confirma que os restos mortais pertencem à jovem Roberta Dias, desaparecida desde 2012. Ela estava grávida quando sumiu.
O material genético extraído da ossada pelo Laboratório Genética do Instituto de Criminalística (IC) foi comparado ao DNA da mãe da vítima. O laudo concluiu que é de 99,9999999% a chance das amostras de DNA dos dentes da arcada superior ser de uma filha biológica da senhora Mônica Costa. Os exames também concluíram que os dentes da arcada inferior, fêmur e osso do crânio pertencem ao mesmo indivíduo da amostra.
A ossada estava muito deteriorada, o que exigiu o uso de técnicas avançadas pelo IC visando à extração do material genético para exame. Quando foi encontrada, ela estava enterrada em estado avançado de deterioração, degradação e alteração óssea, devido ao tempo que se passou desde a morte de Roberta Dias e às intempéries climáticas a que ela foi exposta.
“A partir do sucesso na extração do DNA dos fragmentos foi possível confrontar com o perfil genético da senhora Mônica Costa, mãe da jovem Roberta Dias. O resultado final do exame foi positivo”, explicou a perita criminal Marina Mazanek.
O laudo será encaminhado para a delegacia responsável pela investigação e a outros órgãos do sistema de persecução penal que haviam solicitado o exame. Os restos mortais serão entregues à família de Roberta Dias para sepultamento.
O caso
Roberta Dias desapareceu no dia 11 de abril de 2012 nas proximidades da Praça de Santa Luzia, no município de Penedo. O motivo da morte da jovem seria a gravidez. O pai da criança, Saulo de Thasso Araújo Santos, não queria o filho.
Em 2018, o Ministério Público de Alagoas (MPAL) denunciou a mãe de Saulo, Mary Jane Araújo Santos, e o amigo dele, Karlo Bruno Pereira Tavares, pelo assassinato. Mary, que teria sido a mentora e financiadora da ação, está presa e Karlo, que seria o executor, responde ao processo em liberdade. Saulo não foi denunciado pelo crime.