27 de julho de 2021 11:27 por Marcos Berillo
Entre janeiro de 2012 e outubro de 2020, 14% das mortes após intervenção policial em Alagoas tiveram como vítimas adolescentes entre 14 e 17 anos de idade. A denúncia feita pelo Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedeca) Zumbi dos Palmares traz um agravante: somente em Maceió, onde ocorreu a maioria absoluta dos casos, eles se concentram em bairros periféricos e, a cada dez mortos, oito são negros.
“Esse é o perfil do adolescente que é vítima de violência policial em Alagoas. Esse é o racismo estrutural que constrói o padrão e encontra o alvo”, destaca nota emitida pela instituição, que clama pela urgência de entendermos a razão desse padrão de mortes.
A reflexão é: “por que jovens morrem em ação policial, e como o Estado deve ser responsabilizado?”. De acordo com o Cedeca Zumbi dos Palmares, é fundamental agir para que os adolescentes não continuem se tornando uma estatística, pois, não se pode tratar como tragédia o que “é, comprovadamente, uma política de morte”.
Este é o foco da segunda etapa da campanha Pelo Direito de Viver Livre da Fome e da Violência, voltada para a proteção à vida. “Em meio a tantos perigos, choca quando a vida é retirada por instituições que deveriam preservá-la”, conclui a nota do Cedeca Zumbi dos Palmares.