29 de julho de 2021 12:06 por Geraldo de Majella
Júlio Lancellotti (1948) é o segundo dos três filhos do casal Milton Fagundes Lancellotti e Wilma Ferrari, descendentes de imigrantes italianos, o padre Júlio nasceu em São Paulo no hospital São José do Brás.
A infância, adolescência e a juventude foram vividas no bairro operário do Belém, onde morava e nos bairros do Tatuapé e Brás, na zona Leste da cidade de São Paulo. A vida modesta da sua família não diferia das demais famílias do bairro.
Em 1985 foi ordenado sacerdote com trinta e sete anos e uma trajetória respeitada no trabalho pastoral inclusive participando da fundação da Pastoral da Criança e tendo colaborado na formulação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
As causas abraçadas pelo padre Júlio Lancellotti, desde muito jovem, tem o selo da exclusão e da invisibilidade social. A sua atuação em tempo integral na defesa e proteção dos direitos dos menores infratores, detentos em liberdade assistida, pacientes com HIV/AIDS e populações em situação de rua tem sido uma referência no Brasil.
A razão da fúria conservadora tem se elevado contra o padre por desenvolver uma prática pastoral que aos olhos dessa parte minoritária da sociedade é percebida como uma afronta. Um padre que cuida com carinho e dedicação do estrato social mais vulnerável e que a cada dia em que a crise econômica e a destruição proposital das políticas públicas são implementadas impactando ainda mais a vida dos pobres que são arremessados na amargura das ruas.
O vigário episcopal para a população de rua da Arquidiocese de São Paulo com 71 anos de idade, a saúde fragilizada agiganta-se, não se amedronta com as ameaças físicas e de morte feitas por políticos e por paramilitares e através das redes sociais.
O padre Júlio Lancellotti é o santo das ruas que protege homens, mulheres, crianças e adolescente de São Paulo, mas que pode ser extensivo a todos os cristãos e até aos agnósticos. O padre diz com sabedoria: “Humanizar a vida significa entender que existe conflito. E você não humaniza a vida numa sociedade como a nossa sem conflito. É preciso olhar para a vida de forma humana. Isso não é tarefa só para os religiosos. Mas eu não conseguiria viver a dimensão religiosa sem humanizar a vida”.