sábado 7 de setembro de 2024

Nu artístico feminino: Hugo Taques revela seu olhar fotográfico na exposição ‘Poesia da Sombra II – Diversidade’

Mostra entra em cartaz na galeria de artes visuais do Complexo Cultural Teatro Deodoro e no site da Diteal na próxima quarta-feira (11)

6 de agosto de 2021 1:04 por Marcos Berillo

Com 50 fotografias em preto e branco, Hugo Taques traz a temática do nu artístico feminino em suas composições | Hugo Taques

A poética dos corpos e a beleza de seu universo repleto de olhares, formas, curvas, gestos, expressões, dialogando com o espectador e ganhando o mundo. É o que veremos na exposição Poesia da Sombra II – Diversidade, do fotógrafo Hugo Taques, que entra em na galeria de artes visuais do Complexo Cultural Teatro Deodoro e pelo site da Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (Diteal): diteal.al.gov.br, na próxima quarta-feira (11). A curadoria é de Fredy Correia.

“Damos as boas-vindas ao artista Hugo Taques, e seu trabalho, à galeria de artes visuais do Complexo Cultural Teatro Deodoro com visitas presencias, cumprindo todos os protocolos sanitários, e com a visita virtual, pelo nosso site, como mais uma grande possibilidade de propagar a arte alagoana. Agradecemos e parabenizamos o fotógrafo e toda a equipe. Ao público, fica o nosso convite para que prestigie a mostra e a nossa produção artística”, afirmou a diretora-presidente da Diteal, Sheila Maluf.

Com 50 fotografias em preto e branco, Hugo Taques traz a temática do nu artístico feminino em suas composições que contaram com a participação das modelos Amanda Maria da Silva Vicente; Bárbara Nagma C. Correia; Elaine Ferreira da Silva; Heloise Fernandes Godoy; Jaqueline Mattos Arfux; Lídia Rocha; Luana de Farias Santos; Noêmia Correia Rocha; Tainara Cardoso de Araújo; e Vanessa Mikaela Farias de Oliveira.

“Esse momento é de expectativas de como o público receberá esse trabalho tão instigante e polêmico, que reação causará em cada observador. Como criador das obras, tenho uma sensação de alegria e felicidade; orgulhoso e realizado por mostrá-las no melhor e mais bonito espaço para exposições do estado”, revelou Hugo Taques.

Esta segunda edição da mostra faz parte de uma trilogia sobre a temática para a qual Hugo já começou captar imagens e planejar a terceira etapa. Dessa vez, foram convidadas e fotografadas dez mulheres cuiabanas e maceioenses de diferentes biotipos, idade, orientação sexual e etnia, dando ênfase à diversidade.

“A Galeria de Artes Visuais do Teatro Deodoro recebe a exposição “Poesia da Sombra II – Diversidade, do fotógrafo Hugo Taques, além de toda a delicadeza das imagens que fazem poesia com os corpos dos modelos, tendo a luz e a sombra como elementos protagonistas com olhar sensível. Destacamos também a proposta delicada de ver, sentir e perceber o corpo humano em toda sua diversidade de formas e gêneros, fugindo do lugar comum, onde a ditadura da indústria da estética é colocada de lado, e a vida como ele é rege as imagens!”, relatou o gerente artístico e cultural da Diteal, Alexandre Holanda.

Para o curador Fredy Correia, “como um pintor, Hugo Taques busca, através de suas lentes e de um olhar sempre atento, encontrar o equilíbrio entre luz e sombra, garimpando nuances entre côncavos e convexos contornos do corpo feminino, onde as silhuetas monocromáticas revelam sentimentos e emoções não vistas nas imagens coloridas. De forma leve e sem perder a poesia do seu trabalho em preto e branco, o artista invoca, de forma proposital, temas políticos sociais contemporâneos, nos fazendo refletir sobre as questões relacionadas ao ser humano e suas realidades cotidianas, quebrando tabus e redescobrindo a beleza que o envolve. Nesta mostra, Hugo torna iguais e belos os diversos tipos de corpos usando a sua fotografia como ferramenta de inclusão social, revelando-nos a verdadeira poética das nossas humanas sombras”.

Formado em História pela UFMT, Taques começou cedo a fazer teatro, atuando e dirigindo, trabalhou no cinema como ator | Divulgação

Sobre o artista

Brasileiro, pantaneiro, nascido no município de Barão de Melgaço – MT, região do alto pantanal, em 19 de março,  dia de São José, razão pelo qual recebe o primeiro nome de José Hugo da Silva Taques. Filho do casal, também pantaneiros, ambos comerciantes e uma vida inteira dedicada à boemia. Seu pai, violonista e cavaquinista; a mãe, sua eterna companheira e parceira em algumas canções. Reside há 16 anos em Maceió, casado com a maceioense, Dênia Dantas e pai da Nicole Taques, de 12 anos.

Formado em História pela UFMT, começou cedo a fazer teatro, atuando e dirigindo, trabalhou no cinema como ator. A fotografia sempre esteve presente em tudo.  Engajado em movimentos culturais, foi Presidente da Fundação Cultural do Estado do Mato Grosso, membro eleito do Conselho Estadual de Cultura, membro do Fórum Permanente da Cultura e Coordenador do Patrimônio Histórico e Cultural do Estado.

Aos 63 anos, hoje, atua, exclusivamente, com a fotografia, seja na publicidade, moda, beleza, passarela, eventos e produção de fotos para ilustrar revistas, jornais e sites. Sua maior paixão é com a fotografia criativa, de arte. Fotógrafo há mais de 20 anos, ministra palestras sobre História da Arte e Fotografia Contemporânea.

Suas exposições

Hugo Taques realizou sua primeira exposição individual em Maceió em maio de 2015, no MISA – Museu da Imagem e do Som de Alagoas. Foram 30 fotos com modelos magras, altas e jovens. Nesta segunda, o olhar do artista mostra que sensualidade e beleza são valores subjetivos e não são exclusivos de nenhuma tipologia de beleza. “Foi um trabalho de muita sensibilidade e delicadeza no trato com as fotografadas”, conta.

Segundo o artista Poesia da Sombra II – Diversidade tem uma proposta totalmente inclusiva e aborda questões sensíveis atuais, por vezes polêmicas e permeadas de preconceitos, como a mulher trans, a mulher idosa, negra, magra, plus size e também as portadoras de deficiência física.

Afirmando que a verdadeira beleza está  nos seus olhos, o presidente da Academia Alagoana de Letras, Alberto Rostand Lanverly , escreve sobre a exposição, entre outras observações: “Vislumbrando o conteúdo da exposição, facilmente enxerguei ser o autor, um verdadeiro alquimista da criatividade fotográfica, um pescador que atira seu anzol de forma certeira e colhe registros exatos e belos, demonstrando ter pleno domínio da arte que pratica, desde os mais despercebidos detalhes até sonoridades especiais, porque suas imagens parecem falar, acrescentando o belo aos olhos dos espectadores. Mais uma vez usando linguagem matemática, entendo ser a fotografia nada mais do que um cálculo, onde as variáveis de soma são luz e criatividade, elevadas a potência da paixão vividas naquele momento. Ao encantar-se com a exposição de nu artístico concebida por Hugo Taques, as pessoas que dela participarem terão a oportunidade de libertar o intelecto para enxergar por outros ângulos, e aceitar inúmeros fenômenos que acontecem em diferentes fases da vida de qualquer ser humano, lhes oferecendo a chance de se soltarem dos tirantes que os aprisionam a conceitos que nem mesmo conheciam. Após degustar lentamente todos os elementos que integram a mostra fotográfica, aventuro afirmar que a verdadeira beleza das coisas e das pessoas está nos olhos de quem vê. Ao olhar buscando uma beleza extraordinariamente arrebatadora, inicialmente poderá até não vislumbrar o que espera, mas aos poucos encontrará a sua existência. Procurando com calma, mirando bem cada imagem, facilmente compreenderá que são os seus olhos que nortearão o belo. Encante-se com a segunda mostra Poesia da Sombra por Hugo Taques”.

A Mestra em Arquitetura e Urbanismo, professora e critica de arte, Caroline Gusmão, observa: “É na abertura do olhar para a alteridade em que a arte encontra caminho fértil para uma propulsão seu significado. Através do fluir e do fruir de contextos, o artista executa seu ato de representação, sua atitude significativa, dando forma à sua ambiência histórica através de sua obra. A fotografia talvez seja, das técnicas artísticas modernas, a que mais tenha conseguido se adaptar às mudanças científicas e culturais ao longo dos tempos. Tendo nascido em meio ao burburinho citadino do início do século XIX, a fotografia rapidamente se mostrou apta ao diálogo com as ideologias da modernidade, resultando em uma feliz conjugação da técnica e da sensibilidade”.

Em outro trecho, ela diz: “As fotografias de Hugo Taques para a exposição “Poesia da Sombra II- Diversidade” são exemplos da prática fotográfica como um símbolo da pluralidade, seja pela capacidade de múltipla representação sociocultural ou pela abundância de interpretações e usos que ela fomenta. Através da adoção de uma mirada intimista, dá voz a corpos que por vezes são silenciados pelo arquetípico culto ao “corpo ideal” e pelas relações entre a mulher e a beleza construída no imaginário social. Ao percorrer o olhar sobre as 50 imagens que compõem esta mostra, o observador é convidado a perscrutar imagens delineadas pelo amplo contraste entre luzes e sombras, denotando a qualidade escultórica dos corpos retratados. Com a delicadeza de quem ouve segredos, o olhar do fotógrafo media a aparição das mulheres fotografadas, que se deixam revelar em detalhes que naturalizam e empoderam geografias corporais alternativas aos padrões anatômicos repressores da normatividade publicitária onde as possibilidades de manipulação da realidade se mostram infinitas. O virtual acontece diante de nossos olhos, que por vezes aceitam as imagens manipuladas como parte de uma realidade inconteste, não atentando para o caráter repressivo contido nessa prática quando associada à manutenção de cânones de beleza perversos. A tônica das imagens fotográficas de Hugo Taques reside no engajamento do olhar. Suas imagens, para além de retratos corporais, são um libelo contra as concepções engessadas e maniqueístas de beleza. Em “Poesia da Sombra II – Diversidade”, os corpos falam e o olhar escuta”, conclui.

Fonte: Agência Alagoas

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