3 de setembro de 2021 8:42 por Eleonora Duse Leite
Faz alguns anos, que por um motivo ou vários, a capoeira chegou perto, juntinho eu diria da minha vida. O Pontal da Barra foi o berço da família que escolhi ou fui escolhida a fazer parte. Junto a capoeira veio o encantador folclore e o belo artesanato desenvolvido naquela comunidade hospitaleira e receptiva, e assim começou a minha história com a capoeira, com a Família Essência.
Não sei ainda nada, nada a fundo e nem aprofundado, sei apenas que gosto de ver e me entrego ao que vejo.
O Grupo Capoeira Essência tem um poder de conquista. Seu mestre Maciano Capoeira Essência Mcz e seus componentes são suporte pela abnegação, coragem, enfrentamento e amor pelo que fazem diante de tantas dificuldades encontradas. Sempre foram os detalhes que faz a nossa diferença. A capoeira deixou de ser apenas arte, luta, dança ou show, ela passou a ser também uma preocupação com o bem estar e a saúde física e corporal. Com poucos, ou quase nenhum incentivo forte por parte de empresas sediadas em nosso Estado e as dificuldades pelos governo estadual e municipal vamos enfrente na nossa luta com intenção de mostrar o quanto somos importantes na formação de criança, adolescentes e jovens na formação do caráter e da socialização dos mesmos. Para não sermos injustos, temos amigos políticos que sempre estão presentes e nos ajuda em nossos eventos e agradecemos pela confiança, mas ainda estamos longe de realizar o que realmente a capoeira merece.
Peço aqui licença ao Mestre Maciano Capoeira Essência para expor o nosso desejo e a nossa vontade…
É duro, triste olhar e ver que mesmo crescendo em números de grupos, a capoeira ainda seja rotulada de arte de preto, pobre e bandido. Infelizmente em pleno século 21, onde o mundo vem descobrindo coisas fantásticas, onde a ciência evolui mais e mais, a capoeira ainda não tem seu devido crédito em valor. No Brasil seu lugar, e em alguns estados esclarecidos, é feito um trabalho de aceitação, esclarecimento e a comunidade participa. Aqui em Alagoas, especialmente em Maceió, já se faz esse trabalho, e temos vários grupos desenvolvendo a história da capoeira, o conhecimento de seus instrumentos e toques, a trajetória de seus primeiros mestres, bem como dos seus movimentos. E para isso é necessário que haja integração, porque ninguém gosta do que não conhece, esse é o ponto crucial.
Não serei eu a mudar este pensamento, mas com certeza mostro o caminho, o mesmo que usei para está aqui. Quando me perguntam se sou capoeira, o que sei de capoeira? Apenas digo, estou aprendendo…
(*) Eleonora Duse Leite é funcionária pública e graduanda em jornalismo.
