7 de setembro de 2021 7:25 por Braulio Leite Junior
O atual Parque Rodolfo Lins ou Praça do Pirulito, como é chamada pela maioria da população maceioense, já apresentou o aspecto que se vê na foto. Sem pavimentação nem traçado urbanístico moderno, lembrava os velhos logradouros públicos comumente usados para as antigas feiras de bairro ou festas populares.
Quando ainda era a Avenida Vieira Perdigão ou simplesmente Praça do Bom Conselho, o antigo Largo da Levada serviu de palco às melhores e mais animadas festas de Natal que encantavam os moradores da nossa cidade. Ali eram montadas as rodas-gigantes, os cavalinhos, as sombrinhas, as barcas da chegança, e os palanques das baianas e dos pastoris. Havia, inclusive, a apresentação de cavalhadas tão ao gosto de época, dividindo os aplausos para os cavalheiros ornados de faixas encarnadas e azuis. Ali também foi realizada a I Festa da Mocidade financiada pelo então “dono do jogo do bicho” Hegecipo Caldas, e aconteceram os mais concorridos comícios políticos das décadas de 40, 50 e 60.
Alguns do antigos moradores das casas fronteiras à praça foram ou são figuras conhecidas de todos, personagens do dia-a-dia de Maceió que se transforma vertiginosamente, conquistando espaços e feição muito diferentes da capital de outrora. Ali moraram o pintor Luiz Silva, o “Major” Olímpio 44° Espada d’Água, célebre corporação dos boêmios de então, o hoje comerciante Nelson Menezes e o jornalista Correia Lima ou “Zé Lima”, o homem de jornal que “inventou” a reportagem policial por estas bandas.
Afora os trilhos da antiga “Great Western”, hoje Rede Ferroviária Federal, quase desativados, tudo mudou naquela artéria. Sua remodelação iniciada pelo prefeito Abelardo Pontes Lima, que mandou fechar o fosso de águas estagnadas ao longo da praça e que se vê à extrema esquerda, vem até os dias de hoje quando já existe regular urbanização.
Na estampa vê-se as comemorações do “Dia da Árvore” nos idos de 1942, quando autoridades civis e militares, além de estudantes e do povo, assistiam o Interventor Federal, Ismar de Góis Monteiro, comemorar simbolicamente o evento.
(*) Texto de Bráulio Leite Júnior publicado no livro História de Maceió, Edição Catavento, 2000.