8 de setembro de 2021 12:42 por Da Redação
Por Júlia Schiaffarino e Marília Sena, do Congresso em Foco
Passados os atos pró-Bolsonaro do Sete de Setembro, grupos outrora aliados do presidente se articulam para ir às ruas contra Jair Bolsonaro, a favor do impeachment e “em defesa de uma terceira via”. O principal deles, o Movimento Brasil Livre (MBL) tem agendado para o domingo (12) um ato de rua na Avenida Paulista, em São Paulo, no qual são esperados, dentre outros nomes, os presidenciáveis Simone Tebet (MDB-MS), senadora, Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde, Alessandro Vieira (Cidadania-SE), senador, e um dos fundadores do Novo, João Amoedo.
Durante o Sete de Setembro o presidente Jair Bolsonaro buscou mostrar força política para uma possível reeleição. Diante de apoiadores, tanto em Brasília, quanto em São Paulo, falou contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e especialmente o Ministro Alexandre de Moraes. As declarações contribuíram para acentuar um afastamento do Centrão e, até mesmo, movimentar negativamente o mercado financeiro que amanheceu com alta do dólar e queda na bolsa.
A articulação do MBL para o 12 de setembro começou a ser conduzida há mais de quinze dias em algumas capitais do eixo sudeste. Os integrantes da organização, no entanto, adiantam que o forte do ato ocorrerá na Paulista.
“Este é o grande objetivo da manifestação, especialmente depois dos atos de ontem. Na nossa leitura, a gente vê que o governo federal ficou enfraquecido por conta dos atos e partidos da base como PSDB, PSD, MDB e Solidariedade já sinalizam a favor do impeachment, o que demonstra a criação de um ambiente político para a pauta, o que é extremamente importante. Também é importante que a manifestação popular crie corpo”, disse o vereador Rubinho Nunes, da cidade de São Paulo, conhecido como “advogado do MBL”. Ele integra o PSL, antigo partido do presidente.
Um dos principais articuladores do MBL, o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), acredita que os atos do Dia da Independência deixaram Bolsonaro “mais perto da cadeia”. “Todo o dinheiro – público, inclusive -, mobilização e gritos patrióticos fizeram Bolsonaro perder deputados da sua base mais fiel e ressuscitaram a possibilidade de cassação via Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”, disse.
Agradeço ao gado bolsonarista por deixar o presidente mais próximo da cadeia. Todo o dinheiro — público, inclusive –, mobilização e gritos patrioticos fizeram Bolsonaro perder deputados da sua base mais fiel e ressuscitaram a possibilidade de cassação via TSE. ??????????
— Kim Kataguiri ?? ☘️ (@KimKataguiri) September 8, 2021
São aguardados também nomes mais próximos à esquerda, tanto de políticos como o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), quanto de celebridades como o artista Tico Santa Cruz. A expectativa é formar uma frente ampla. “Temos a expectativa de que o Tico Santa Cruz esteja conosco. Também estamos conversando com outras figuras do parlamento”, comentou o vereador Rubinho.