quinta-feira 25 de abril de 2024

Prêmio ou punição? Motivação da Emancipação Política de Alagoas ainda divide historiadores

Alagoas comemora 204 anos da separação de Pernambuco neste dia 16 de setembro

16 de setembro de 2021 2:09 por Da Redação

Insurreição Pernambucana, 1645. Fonte: Pernambuco em Revoltas

Uma parte dos historiadores e pesquisadores concorda que o desmembramento do território alagoano da então capitania de Pernambuco teria sido uma forma de punição da Coroa à capitania vizinha por causa da revolução que resultou na Insurreição Pernambucana, e um prêmio a Alagoas por não ter aderido ao movimento republicano, em 1817.

Há uma vertente de historiadores defensores da tese de que a Emancipação Política de Alagoas deu-se pela relevância econômica e político-social que tornaria a então comarca merecedora de ascender à condição de capitania.

As diversas visões históricas para explicar a emancipação do sul da capitania de Pernambuco e, por consequência, a criação da capitania independente de Alagoas, tem colocado os estudiosos em lados opostos, mesmo após 204 anos.

Prêmio

A emancipação como um prêmio foi defendida por historiadores como Moreno Brandão, na segunda década do século XX, que fez a sua leitura do fato histórico afirmando que a decisão real enfraquecia a capitania de Pernambuco e premiava as forças alagoanas que lutaram contra a revolução. A emancipação aconteceu como um prêmio. Esse entendimento de Brandão foi seguido por outros historiadores.

Esse pensamento formou gerações, mas não se sustentou, sendo alvo de contestações. Hoje, essa vertente perdeu relevância entre os historiadores e pesquisadores da História de Alagoas.

Rompimento

Manuel Diégues Júnior rompeu com essa concepção ao dizer que a emancipação de Alagoas foi uma conquista e não foi um prêmio à vilania e, também, não foi um pagamento de uma traição. A economia é, para os que defendiam a emancipação, um processo de luta e conquistas.

Obra de Dirceu Lindoso aponta sucesso econômico como motivo da Emancipação de Alagoas | Reprodução

Mais recentemente, o historiador Dirceu Lindoso, em sua obra Interpretação da Província, afirma: “1817. Data da Emancipação Política das Alagoas. Não foi um ato gracioso de um rei. As Alagoas já existiam como espaço físico autônomo, com população, vida econômica e social diferenciadas do resto da Capitania de Pernambuco. O estatuto real que estabeleceu a autonomia política da então Capitania apenas veio institucionalizar as razões subjacentes de ordem econômica, física e social. Repito. Não foi um ato gracioso de um rei. E muito menos o reconhecimento real pela fidelidade da ainda não Capitania à Coroa. O estatuto real, assinado por D. João VI há 163 anos, reconheceu o perfil de autonomia que simples relatórios de capitães generais já esboçavam” (p.97).

Alagoas hoje

Atualmente, Alagoas é um estado que tem sofrido como uma unidade da federação que é dependente do governo federal, com uma divida pública monstruosa e impagável, que tem colocado o estado na rota do subdesenvolvimento. Em relação às funções essenciais do Estado, a cada dia que passa, Alagoas se distancia da inclusão social e a educação básica não sinaliza como alavanca para a inclusão e para o desenvolvimento socioeconômico.

O modelo econômico atual invisibiliza os 3,3 milhões de alagoanos, com falta de educação de qualidade, além de sérias deficiências na saúde, ciência e tecnologia e criação de oportunidade de empregos.

È possível comemorar a Emancipação Politica de Alagoas, mas, como um fato histórico, basta. A nova emancipação somente se consolidará com a estruturação de políticas públicas que incluam os pobres e apontem a superação da pobreza.

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