A Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI da Covid, que está sendo conduzida pelo Senado Federal, encontrou a materialidade que estava faltando quando a advogada dos ex-médicos da operadora Prenvent Senior entregou farta documentação dos experimentos e das práticas utilizadas pela empresa.
A agência reguladora dos planos de saúde e os conselhos de medicina estiveram, durante todo esse tempo, sem agir quando os crimes eram cometidos. Mortos eram enterrados e os dados estavam e continuam, pelo jeito, sendo maquiados.
Essa conduta omissa é sinal de cumplicidade com a prática usada contra os pacientes, submetidos a um tratamento para Covid-19 sabidamente ineficaz. Através das informações colhidas na CPI, ficaram claros os objetivos políticos e econômicos na divulgação de informações falsas que criou, em parte da sociedade, um clima de descrença nos protocolos sanitários, na necessidade de distanciamento social e, em muitos momentos, no lockdown.
A presença da Bruna Morato à CPI da Covid foi a mais significativa e escabrosa revelação desta pandemia, depois dos milhares de mortes por asfixia ocorrida em Manaus. Essas experiências neonazistas têm chocado a sociedade brasileira, pelo menos a parte (que é a maioria), que se mantém sensível, humana e indignada.
Genocídio
Com a revelação da existência do Gabinete do Ódio e do enredo macabro e criminoso difundido pelo presidente da República e pelo então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, agora o país ficou sabendo dos interesses na necropolítica implantada no Brasil. A associação do governo com parlamentares corruptos e empresários mafiosos tem como resultado o maior genocídio da República.
A base da necropolítica brasileira tem nítidas relações com o neonazismo pátrio e suas ligações com a extrema-direita dos EUA, da Alemanha e de outros países da Europa.
Apoiar ou manter o apoio ao governo Bolsonaro não é uma opção política contra a esquerda, é uma definição clara de identidade com o neonazismo. E que tem como base de sustentação bilhões de reais desviados do orçamento federal para a manutenção de uma estrutura política que chafurda entre cadáveres de brasileiros vítimas da Covid-19.