19 de outubro de 2021 11:29 por Mácleim Carneiro
Quando o bardo português Fernando Pessoa escreveu que “navegar é preciso” – frase atribuída aos antigos navegadores –, lançou-a ao mar de possíveis desdobramentos. Sobretudo, pelo seu complemento: “viver não é preciso”.
Portanto, podemos subvertê-la como navegar é preciso pelo tanto de precisão, exatidão matemática das cartas marítimas, por exemplo. Não apenas pelo verbo precisar, no sentido de carecer.
Ainda mais quando sabemos que viver não é mesmo preciso, de tão imponderável que a vida é. Sendo assim, o show ‘O Mar Fala de Mim’, da cantora Irina Costa, apresentado na 15ª edição do Teatro Deodoro é o Maior Barato, foi como qualquer travessia oceânica: um mar sujeito às imprecisões, temporais e temperamentais.
A Irina é uma querida de longa data, por quem tenho um carinho especial, profunda admiração artística e pessoal, além de eterno agradecimento.
Dito isto, eu diria ainda que ao longo de doze anos Irina Costa consolidou um público que lhe é “preciso” e prestigia sua carreira.
O que lhe garantiu não correr o risco de ter mais pessoas no palco do que na platéia, pois, houve momentos em que em cena havia mais de trinta coadjuvantes, entre músicos, cantores, bailarinas e a própria protagonista. No show ‘O Mar Fala de Mim’, Irina colheu os frutos do seu investimento ao longo dos anos.
Foi nítida a imensa carga emocional que dominou Irina Costa do começo ao fim do show, quando, finalmente, se entregou às lágrimas.
No +, MÚSICABOAEMSUAVIDA!???