terça-feira 26 de novembro de 2024

O Pão Nosso de cada dia…

"Será preciso políticas públicas eficazes para que esse povo ou todos nós,  tenhamos uma vida digna para  enfrentar o que está por vir"

19 de outubro de 2021 11:24 por Da Redação

Imagem: Divulgação

Eleonora Duse Leite*

Numa dessas saídas obrigatórias, que a gente tem que fazer, fui dar um passeio no supermercado, sim passeio porque ninguém hoje vai fazer compras, se faz passeio, se vai lá…  E passei por lá.

Tenho lembrança do meu avô Antônio Pontes dizendo que bacalhau era coisa de gente humilde. Banana, café, farinha, arroz e  feijão fazia  parte do rol de  compras dessa gente menos agastada. Meu Deus, o que diria ele hoje? Bacalhau ultimamente tem sido orgulho da alta roda ; banana deixou de ser ou ser ditado: “ a preço de banana”; café, a bebida única do povão  deixou de ser tomado, sendo substituído do pelo chá , que sempre existe no final do quintal , a plantinha de capim  santo, hortelã, cidreira e outros. Farinha  nossa  mandioca, essa custa $4.00 o quilo; o arroz, não rende mais e o tão querido feijão  de cada dia, virou manjar de sultão, de tão caro e sem substituição na cesta básica.  Pra se ter ideia, outro dia encontrei no pacote de 500g  além de pequenas pedrinhas, encontrei também quase uma espiga de milho, de tantos existentes grãos deste cereal. Aonde vamos parar!

Carne, Frango, peixe está sendo substituído  por ovos que em breve não serão tão popular. Antigamente no interior as pessoas costumavam  criar galinhas, sustentavam com resto de comida das sobras da refeição, mas como agora, se  mal tem pra elas?

Meu avô Antônio Pontes iria  se assombrar desse nosso tempo.

Vivo num país onde o salário mínimo é o ganho da maioria da população, que mal dá para se alimentar, e as outras coisas básicas como água, energia, educação, saúde, habitação não podem entrar na relação de prioridades, me pergunto: Como se sobreviver? O que será de nós, dos nossos filhos? Nós filhos desta terra, desse Brasil, já tão cheios de diferenças gigantescas e absurdas, onde as disparidades nos impulsionam a prática de pequenos delitos como, pegar a galinha do vizinho ou até mesmo pegar uma lata de leite sem pagar do supermercado, por conta da fome e da miséria nossa e dos nossos filhos… Eu ser humano com coração a pulsar e consciência da necessidade de vida desses pés descalços que muitas vezes nem tiveram escolha de optar por nascer.

Será preciso políticas públicas eficazes para que esse povo ou todos nós,  tenhamos uma vida digna para  enfrentar o que está por vir. Estamos com a mão no peito e bradando com fervor o nosso canto cívico… “ De um povo heróico o brado retumbante…”

 

 

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