6 de novembro de 2021 5:00 por Redação
Partindo desse princípio chego a conclusão que precisamos cuidar, zelar e preservar.
Bem sei o quanto é difícil, mas também sei que sem amor, senso de responsabilidade e orgulho da cidade em que vivemos, nada disso é possível.
Mesmo no tempo de isolamento e de poucas caminhadas de carro ou a pé, tenho observado a minha cidade. Maceió tão cantada em versos e prosas encontra-se quase que esquecida, tal como foram os bairros do Bebedouro, Pinheiro, Gruta do Padre, tão como os conjuntos que existiam nestas localidades, as comunidades antigas, pessoas que criaram filhos e netos, as escolas fechadas e desapropriado, o meio de vida de mercadinhos, quitandas, sustento de verdureiros, do homem que vende cuscuz, do vendedor de pão ambulante e tantos outros trabalhadores informais, esquecidos… Meu Deus que desalento é esse?
Quando criança, ainda numa Maceió de estrutura pequena, poucos carros, ruas estreitas,me parecia que tudo estava em seu devido lugar. Vizinhos conhecidos, poucas comunidades, era mais fácil se governar. Seus políticos era seus amigos, conhecidos próximos, gente que se conhecia, família conhecida, tínhamos uma visão de quem eram.
Os tempos mudaram. A cidade cresceu desordenada, tem ar de metrópole e as pessoas tornaram desconhecidas, que chegaram e se avançaram no lugar, muitos sem permissão. E assim foi criada uma nova cidade com novos donos…
É verdade que nunca fomos tida como uma cidade de memória, de gente barrista, amorosa e orgulhosa de sua Alagoas, bem diferente dos nossos vizinhos pernambucanos e os mais longínquos baianos. Lamentável. Mas, temos as exceções, aqueles que souberam dá privilégio e orgulho a terra dos marechais. Na literatura, na música, no teatro, no cinema, na medicina, mas que tiveram que abandoná-la simplesmente para que pudessem alçar vôos e viver de sua arte. Outros ficaram por aqui, e foram, foram e se foram no adeus. Admiráveis, resistentes e persistentes, meus aplausos.
Maceió a cidade sorriso de versos de Edécio Lopes, Aldemar Paiva, Djavan, está precisando de atenção, além de conscientização de seus moradores na questão de educação e amor a sua cidade, já tão cansada de forasteiro e de boa vontade, porque desses tipos o inferno anda lotado.
Conterrâneos, vamos fazer a nossa parte para que o Poder público possa trabalhar, porque garanto que na nossa casa, onde moramos tudo está organizado.
Cidade limpa e feliz é também nosso dever manter.
Eleonora Duse Leite