22 de novembro de 2021 11:09 por Da Redação
Cobrando o pagamento das indenizações devidas pela Braskem S/A, os movimentos sociais, empresariais, religiosos e entidades sindicais que perderam suas sedes, voltam às ruas no próximo dia 3, em mais uma ação em defesa de seus direitos. Vítimas da exploração descontrolada e irregular do minério sal-gema pela multinacional, milhares de moradores dos bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto, em Maceió, clamam por serem indenizados.
A situação é tão grave para quem foi obrigada a deixar sua moradia, que várias famílias começam a voltar às suas casas, mesmo sob o risco de afundamento das áreas onde moravam há mais de 50 anos.
Considerado o maior crime ambiental já registrado no mundo, o chamado Caso Pinheiro segue sem que a maioria as vítimas seja atendida. Desde meados de 2018, mais de 50 mil pessoas foram expulsas de suas casas e, segundo associações e grupos formados para enfrentar a tragédia, reclamam contra a forma como vem sendo feita a avaliação dos imóveis e das propostas apresentadas pela empresa.
As rachaduras nos imóveis, fissuras nos leitos das ruas e risco de afundamento do solo começaram a surgir após fortes chuvas e um tremor de terra no começo de 2018. O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) realizou estudos e concluiu que a causa era a atividade da Braskem na região para extração de sal-gema.
Pressionada pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual, e pelas demais instituições de defesa da sociedade, a Braskem apresentou um fluxograma com referência de prazos para pagamento aos moradores dos bairros destruídos.
Em agosto último, a empresa divulgou que, de abril de 2020 até o dia 30 de julho deste ano, foram apresentadas 8.298 propostas de indenização a moradores, comerciantes e empresários das áreas atingidas. A Braskem garante que o Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação (PCF) apresenta em média 630 propostas por mês.
Controlada pelo grupo Novonor (que já foi chamado Odebrecht), a Braskem S/A é considerada a maior petroquímica das Américas. Segundo o site Valor Investe (valorinveste.globo.com), a empresa encerrou o segundo trimestre de 2021 com lucro líquido de R$ 7,4 bilhões, revertendo prejuízo de R$ 2,5 bilhões registrado um ano antes.