quinta-feira 28 de março de 2024

A verdade restabelecida

6 de janeiro de 2022 8:54 por Da Redação

O site 082Notícias informa a seus leitores que as opiniões da matéria intitulada “Sociólogo diz que Braskem silenciou vítimas para se livrar do crime cometido em Maceió” não são de autoria da fonte citada no texto. Lamentavelmente, o brasiliense Wagner Frota teria copiado texto de autoria do  presidente da Associação dos Empreendedores no Pinheiro e Região Afetada, Alexandre Moraes Sampaio.

Fizemos a divulgação do texto que Wagner Frota publicou em seu perfil na rede Facebook, cobrando providências das instituições e poderes públicos para o crime ambiental cometido pela Braskem S/A, por se tratar de uma questão social gravíssima e de interesse público.

Ao ser contatado para autorizar a publicação no 082Notícias, o citado não fez menção ao fato de ter copiado o texto original, apresentando como sua a opinião divulgada por Sampaio.

Entretanto, não podemos nos omitir ao constatar que a publicação tem outra autoria. É nosso dever apresentar pedido de desculpas ao verdadeiro autor do manifesto, empresário Alexandre Sampaio, e condenar a reprodução sem citação da verdadeira autoria.

Nossas desculpas são extensivas aos nossos leitores e anunciantes.

Veja o texto original:

COMO A BRASKEM TRANSFORMOU A BARBÁRIE NUM LUCRO DE R$ 10 BILHÕES DE LUCRO SÓ NO 1° SEMESTRE DE 2021

Maceió, o paraíso das águas, vive o inferno do maior crime sócioambiental do mundo, em curso há mais de 3 anos numa área urbana densamente povoada, equivalente a 500 campos de futebol (incluindo a borda do mapa de riscos da Defesa Civil). São quase 15 mil imóveis destruídos, cerca de 60.000 moradores expulsos, adoecidos, enlutados e desterritorializados, além de 4.500 empresas quebradas, tirando a renda, o trabalho e o sustento de 30.000 pessoas.

Mas como um desastre dessa magnitude, que deixou milhares de animais abandonados e também fez sumir 17 hectares de mangue por causa da extração de salgema, permanece impune? O que explica a omissão de todas – pasmem – todas as autoridades federais, estaduais e municipais, diante dessa brutalidade que já levou 11 pessoas ao suicídio, dezenas moradores e empresários à morte precoce por doenças psicossomáticas e milhares de cidadãos ao adoecimento, à depressão, ao desamparo e ao desalento?

A resposta está numa estratégia usada pelas mineradoras em todo o mundo, inclusive pela Braskem em Maceió: o silenciamento das vítimas através do apagamento institucionalizado da sua existência. Esse “modus operandi” tem seu eixo central nos acordos unilaterais, sem a participação de quem sofreu o dano, com o sistema de justiça. Afinal, a realidade é complexa demais para ser interpretada dentro dos gabinetes burocráticos, antiquados e insensíveis das “autoridades”.

Não existe pacificação social sem que os afetados tenham voz, expressem sua dor e construam soluções conjuntas, mediadas pelo poder público, através dos órgãos de controle. Sem voz no poder judiciário e enfrentando milhões de reais em propaganda institucional apoiada nesses “acordos unilaterais”, consolida-se a narrativa de aparente legalidade ao processo de silenciamento sistemático. Como numa sociedade midiática “o que os olhos não veem, o coração não sente” a opinião pública segue ignorando a catástrofe.

Outra forma de apagamento institucionalizado dos afetados são os “termos de cooperação técnica” firmados entre Braskem e as mais diversas instituições. Que adjetivo você daria para quem se associa à mineradora e seus interesses? Deixando a adjetivação de lado, o objetivo é impedir o levantamento de dados por instituições de ensino, órgãos públicos e privados, dificultando a compreensão dos problemas das vítimas dessa catástrofe. Sem estatísticas confiáveis que possam nortear políticas públicas, construção de provas para ações civis ou o enfrentamento político com argumentos convincentes, o grito vai dando lugar ao silêncio eloquente e sofrido.

Ao bloquear os canais jurídicos, técnicos, institucionais e jornalísticos capazes de “traduzir a dor e os prejuízos”, consequentemente a mineradora impõe suas regras de modo arbitrário e impede a “reparação integral do dano” que a própria constituição garante. Expressando esse apagamento em números, só em relação ao dano moral a mineradora está deixando de pagar pelo menos R$ 6 bilhões aos 60 mil moradores, quase R$ 1,5 bilhão para 4.500 empresas e 9 mil empreendedores, R$ 300 milhões de danos morais para 30 mil trabalhadores formais e informais. Total do rombo social: R$ 7,8 bilhões.

Na borda do mapa de risco, diariamente milhares de moradores e empreendedores põem suas vidas em perigo ao transitar obrigatoriamente em área de desastre. Há 3 mil casas e 10.000 moradores ilhados nos Flexais, Quebradas, Marques de Abrantes, em Bebedouro, pelo menos outro tanto na Vila Saem, assim como entre a rua José Silveira Camerino e a Av. Fernandes Lima, no Pinheiro. Outras dezenas de ruas no trecho do Farol também enfrentam as consequências socioeconômicas do desastre. Qual o custo? Algo em torno de R$ 2,2 bilhões em indenizações não pagas, totalizando R$ 10 bilhões roubados das vítimas.

O atraso e o subdimensionamento das indenizações (transcorridos 80% do tempo, em torno de 40% das vítimas receberam), o arquivamento das ações que buscavam responsabilizar a Braskem pelos crimes sócio ambientais, enfim, a fragilização das vítimas e a certeza da impunidade transformaram esses R$ 10 bilhões em lucro recorde para a mineradora no primeiro semestre de 2021. Mesmo diante dessa bárbara injustiça, você encontrará a frase clássica no final de todas as matérias: “a Braskem está agindo conforme acordos estabelecidos com todas as autoridades competentes”.

 

Alexandre de Moraes Sampaio é jornalista especializado em Marketing, integrante do MUVB – Movimento Unificado das Vítimas da Braskem e presidente da Associação dos Empreendedores no Bairro do Pinheiro e Região. Possuía 3 empresas afetadas e, até outubro/21, não tinham sido indenizadas.

 

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