26 de janeiro de 2022 10:34 por Mácleim Carneiro
Qual a grande diferença da música instrumental em relação, digamos assim, à convencional, à música com letra e cantada? Sob determinado ponto de vista, aparentemente, seria o paradoxo da naturalidade objetiva, pois a música instrumental não precisa da intermediação das palavras, nem para o bem nem para o mal.
Então, por que, na maioria das vezes, ela parece ser tão incompreensível ao gosto do ouvinte leigo aos meandros de uma música mais elaborada?
A audição do álbum instrumental Circular, do baterista alagoano Carlos Ezequiel, nos permite espargir uma luz conveniente e aprazível na direção de uma melhor compreensão dessas questões interrogativas.
Sabemos que o maior e mais receptivo mercado para a música instrumental ainda é o dos Estados Unidos, mas o músico brasileiro, na hora de produzir e gravar os seus trabalhos, nunca deu muita bola para essa realidade mercadológica.
Vai em frente e realiza, mesmo que ainda seja para poucos e bons apreciadores do refinamento musical em texturas e climas sensoriais.
Circulando com Carlos Ezequiel neste trabalho, estão músicos que dialogam na mesma sintonia, embora com sotaques linguísticos e musicais diferentes. Aliás, dialogar na mesma sintonia é uma característica da música instrumental, sobremaneira.
Não há colóquio musical sem afinação na interação dos protagonistas, o que os coloca no mesmo patamar e evita abismos e diferenças intransponíveis.
Circular é um antídoto fortíssimo, uma vacina para este país musical, que a cada dia se torna mais surdo!
No +, MÚSICABOAEMSUAVIDA!!!???