3 de fevereiro de 2022 10:50 por Da Redação
Mesmo considerado menos letal, o novo coronavírus fez a média móvel de mortes pela Covid-19 aumentar 566% no último mês em todo país. Os números do boletim Infogripe, da Fiocruz, mostram que a média subiu de 98 para 653 óbitos diários nesta quarta-feira, 2. Um crescimento alto e que se deve à velocidade com que a variante ômicron se espalha.
Segundo os especialistas, um terço dos óbitos pelo coronavírus é de pessoas que não completaram o esquema vacinal. O restante é atribuído a pacientes com alguma comorbidade grave, cujo quadro é agravado pela Covid.
Ciente dessa situação, o governador do Estado, Renan Filho (MDB), fez um apelo aos alagoanos para que “ajudem a salvar vidas, combatendo o negacionismo”. Em uma de suas redes sociais, Renan revelou que 91% dos pacientes internados nas UTIs de Covid-19 da rede pública estadual, “não estão vacinados ou não completaram o esquema vacinal”, ou seja, não tomaram as três doses da vacina.
“Saber disso é muito importante para combatermos o negacionismo. Se cuidem, por favor!” – apelou o governador.
Dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) mostram que a rede estadual tem 110 pessoas nas UTIs de Covid. Destas, 32% não tomaram nenhuma dose da vacina anti-coronavírus.
No Brasil
Mais de 70% da população brasileira já está imunizada com duas doses ou a vacina de aplicação única, mesmo assim a alta transmissibilidade da cepa tem aumentado as internações em leitos de enfermaria e UTI, enquanto gestores de saúde apontam que a maioria dos quadros graves está concentrada em idosos, pessoas com comorbidades, cujo quadro é agravado pela covid, e não vacinados.
Em todos os Estados, a expectativa é de que esse aumento em óbitos, internações e novos casos permaneça pelas próximas duas semanas, até atingir um platô. Mas isso não significaria o fim da pandemia.
Outro problema que o Brasil enfrenta é a falta de testagem, ou seja, de parâmetros como a taxa de positividade. Essa taxa é obtida quando se divide o número de testes positivos pelo número de testes realizados, o que permite prever a tendência do comportamento da doença. O Brasil também enfrenta a desigualdade nos índices de vacinação entre os Estados, onde há uma diferença de desenvolvimento da Ômicron e da vacinação de pelo menos de duas a três semanas.
Os especialistas também reclamam da falta de investimentos federais em campanhas de divulgação da necessidade de reforço na vacinação.
Há ainda a preocupação com a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), cujos casos têm sinal forte de crescimento nas tendências de longo prazo (seis semanas) e de curto prazo (três semanas). Essa tendência deve se manter em 23 Estados brasileiros.