sexta-feira 26 de julho de 2024

Médico bolsonarista atira contra trabalhadores, é preso, paga fiança e vai para casa

O clima de intolerância e ódio que vem sendo cultuado nos últimos anos no país tem apresentado esse tipo de comportamento.

7 de fevereiro de 2022 11:28 por Geraldo de Majella

Fonte: www.cut.org.br

A manifestação dos trabalhadores rurais sem terra organizada pelos movimentos sociais que lutam pela reforma agrária em Alagoas, na última terça-feira, dia 1º, foi vítima de vários disparos feitos pelo médico e dirigente do Sindicato dos Médicos de Alagoas, Alex Lins Barbosa, 68 anos. Dois trabalhadores foram atingidos. O acusado portava uma pistola Taurus, calibre 9mm carregada, e mais uma quantidade extra de munição. O médico e dirigente sindical por mais de uma vez tentou furar o bloqueio na Avenida da Paz, acelerando o carro contra os manifestantes.

Os trabalhadores pacificamente se dirigiam à praça Sinimbu, no Centro de Maceió, onde estavam acampados desde o dia 30. Alex Lins Barbosa evadiu-se e horas depois do episódio foi preso num hotel no bairro de Mangabeiras.

O clima de intolerância e ódio que vem sendo cultuado nos últimos anos no país tem apresentado esse tipo de comportamento. O armamento, como política de governo, contribui decisivamente para o desfecho de atos criminosos como o praticado pelo médico contra os trabalhadores.

O que chama atenção além da violência praticada deliberadamente é o silêncio das autoridades alagoanas. O fato de ser médico e pertencer à classe média, apesar de atentar contra a vida de trabalhadores, é um atenuante. Esse fato é percebido em setores da sociedade como um ato de alguém que “perdeu a cabeça”. O médico tem porte de arma, é atirador profissional e é reconhecido como uma liderança da extrema direita na categoria dos médicos.

Médico Alex Lins Barbosa. Foto: Instituto de Olhos de Maceió

Há dois trabalhadores feridos por ele. Os disparos configuram uma tentativa de homicídio. Essa pergunta básica ainda não foi respondida pela Polícia Civil, mas no curso do inquérito poderá ser respondida, assim esperamos. O Ministério Público não requisitou a abertura do inquérito policial, pelo menos até o momento, não li isso na mídia, mas como é sua atribuição, acompanhará o inquérito. O Conselho Estadual dos Direitos Humanos se solidarizou com as vítimas atingidas pelos disparos e com os demais trabalhadores que se manifestavam pacificamente.

Ódio e intolerância

O discurso de ódio disseminado nas redes sociais confere uma dimensão pública a quem o faz entre os seus seguidores, como se fosse uma chancela ou validação dos instintos bestiais. A materialização do discurso em ideologia tem alcançado as mulheres, os homossexuais, os trabalhadores sem teto e sem terra, a misoginia, a intolerância religiosa, o racismo, que foram incluídos no universo a ser combatido pela militância de extrema direita.

A materialização do crime de ódio, não só através do discurso, mas da violência física, inclusive o homicídio ou a tentativa de, como esse atentado à vida dos trabalhadores sem terra. O que motivou a ação criminosa do dirigente sindical, o médico Alex Lins Barbosa foi o ódio aos trabalhadores como grupo social que utiliza os logradouros públicos para demonstrar à sociedade os motivos pelos quais estão lutando. A manifestação é legítima, legal e democrática.

Para o militante de extrema direita, o fato de centenas de trabalhadores sem terra pacificamente se manifestarem é como se o estivessem insultando. A fome e a miséria não o comovem.

A Presidência da República é a formuladora desse discurso e tem conseguido mobilizar médicos, engenheiros, fazendeiros, policiais e outros tantos segmentos sociais. O fio condutor da barbárie é o armamento, a facilidade com que se compram armas no Brasil, como têm crescido os Clubes de Tiros, que são bases bolsonaristas e fazem parte dessa engrenagem macabra.

Para combater a barbárie na sociedade alagoana e brasileira, a parcela que é majoritária e que não foi contaminada pelo discurso do ódio terá de lutar para restaurar a democracia e conter a sanha da extrema direita.

Que a Polícia Civil de Alagoas cumpra com o seu dever e o Ministério Público defenda a sociedade como preconiza a Constituição Federal.

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1 Comentário

  • ??????
    Estão ficando loucos!

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