sexta-feira 26 de julho de 2024

Árvore não é poste, Senhor Prefeito!

12 de fevereiro de 2022 5:58 por Ricardo Ramalho

Foto: Divulgação

Os benefícios das árvores são decantados em todo mundo. A convivência com os seres humanos, sobretudo, nas cidades é ressaltada pelas suas inúmeras vantagens. Inicia-se pela purificação do ar, caminha pela diminuição do calor, se espalha pelo enfrentamento dos ventos, se transforma em filtro contra as insidiosas poluições, como sonora, luminosa e particulados diversos.

Ah! Mas, também, ameniza os transtornos da alma, acalenta tristezas, embeleza a vida cotidiana, modifica cenários gris, como diria Djavan. O que seria de Maceió sem suas árvores, seus coqueirais imponentes a conversar com o mar, com suas areias macias e acolhedoras?

Esses argumentos, entretanto, contradizem com o tratamento que a Prefeitura tem dispensado, ao longo de anos, às árvores de nossa cidade. Insensibilidade é o termo definidor dessa postura pública. Exemplos, infelizmente, não nos faltam para atestar essa afirmativa.

Caberia um verdadeiro tratado técnico para explicitar os procedimentos errôneos e deletérios, cometidos pelo poder público municipal.

A árvore é um ser vivo, como nós, da espécie humana. Tem a seiva como se fora nosso sangue, raízes como bocas para se alimentar, folhas para preparar o alimento delas e de sobra nosso alimento. Respiram, suam, se reproduzem, se movimentam, similarmente, ao que ocorre com os humanos! Expressam sentimentos de contentamento, quando crescem, florescem, frutificam. Também de tristeza e mal-estar quando murcham, amarelecem, desfolham, definham, morrem. Árvore não é poste, Senhor Prefeito!

Foto: Divulgação

Os mais revoltantes exemplos desse descaso, podem ser realçados com as verdadeiras mutilações, ocorridas em centenas de árvores urbanas de Maceió. A poda é uma técnica agronômica que requer tratamentos baseados na botânica, na dendrologia, na agronomia de um modo geral. Até a supressão implica em pareceres técnicos que recomendem ou não a drástica decisão.

As podas realizadas pela Prefeitura, em sua grande maioria, são executadas sem qualquer sentimento de que a árvore, quando podada, está sujeita a ação de fatores naturais que contribuem ou não para uma conformação harmoniosa de seus ramos e copas.

Dirigindo-se para o plantio, observam-se descalabros técnicos que estarrecem. Quanto desprezo no nobre ato de plantar uma árvore, considerado um objetivo de vida para muitos. Sórdida é o termo que define a forma como estão sendo plantadas as arvores na Ecovianorte.

Mudas de árvores são bebês, merecem cuidados especiais. Daí se chegar a denominar “berço”, o local onde serão replantadas, quando alcançam o desenvolvimento adequado. Os berços devem ser preparados com adubos e corretivos recomendados, com base, em análises laboratoriais.

Após o plantio, as árvores em formação, serão regadas e tutoradas para superação do estresse inicial e posterior crescimento. Cavar um buraco em terrenos compactados e enterrar as mudas, sem nenhum desses cuidados, é condenar à morte, cruelmente, esses seres vivos que poderiam trazer muitos favorecimentos para o local e seus habitantes. Enterram-se, igualmente, vultosos recursos públicos utilizados nos serviços.

A abundante e justificada área do seu canteiro central que perfaz cerca de 40 mil metros quadrados, se bem conduzida, se transformaria em mais um cartão postal da capital alagoana, uma vitrine de nossa rica flora, com uma coleção botânica que exaltasse nossa biodiversidade.

Assim sendo, a arborização da Ecovianorte envergonha a Agronomia do Estado, pela absoluta falta de um planejamento das espécies a serem cultivadas e erros técnicos grosseiros, observados e pelo descuidado acompanhamento do Poder Público Municipal.

Mais do nunca é preciso bradar: Árvore não é poste, Senhor Prefeito!

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