8 de março de 2022 11:11 por Da Redação
Entre 2020 e 2021, o número de estupros em Alagoas aumentou 23,5%. Se em 2020 foram registradas 676 denúncias, os números dessa violência chegaram a 835 registros no ano passado. Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, divulgado nesta terça-feira, 8, o Dia Internacional da Mulher.
Segundo o Anuário, Alagoas foi o terceiro estado onde mais aumentou o número de estupro de mulheres, em 2021.
Apesar de dados como esse, e há outros reveladores da inaceitável violência contra as mulheres, o 8 de Março ainda é contestado por muitos. Em tom de brincadeira, ou não, há aqueles que criticam a celebração, achando “injusto” que não exista o “Dia do Homem”.
Uma brincadeira que deve ser contestada com argumentos bem práticos. Mostrar os dados da violência que as mulheres ainda sofrem é uma necessidade, pois é a forma de conscientizar aqueles para quem o machismo continua sendo prática diária.
A esse, é preciso informar que violência contra a mulher “é qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico, tanto no âmbito público quanto no privado”.
É preciso dizer que violência é bater, chutar, queimar, cortar e mutilar; proibir de trabalhar, estudar, sair de casa, viajar, falar com amigos ou parentes; constranger, obrigar a mulher a presenciar, manter ou a participar de relação sexual não desejada; obrigá-la a se prostituir, a fazer aborto, a usar anticoncepcionais contra a sua vontade, assediá-la mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; induzi-la a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade.
É crime reter, subtrair, destruir objetos pertencentes à mulher, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades. Todos devem ter consciência que é violência caluniar, difamar, injuriar, ofender a dignidade da mulher.
Neste dia 8 de Março, como em todos os dias, é preciso conscientizar a todas que elas devem agir diante da violação de seus direitos. “É preciso que as mulheres denunciem mais, que procurem seus direitos. Caso uma mulher seja agredida, é preciso que ela procure uma delegacia ou um distrito mais próximo, a fim de garantir a proteção” – orienta a delegada Fabiana Leão, que nesta terça-feira, 8, coordena a Operação Resguardo em Alagoas.
A operação foi criada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Secretaria Nacional da Mulher para cumprir mandados de prisão, de busca e apreensão e fiscalização de medidas protetivas em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal.
Iniciada na madrugada, a operação já prendeu 16 pessoas em Alagoas, cumprindo 26 mandados dos 46 expedidos pela Justiça, a maioria no interior do estado.
Canais de atendimento à Mulher
Ligue 180.
Central da Mulher e dos Direitos Humanos
Telefone: (82) 3315-1739
Email: central.mdhal@gmail.com
Superintendência de Políticas para a Mulher da SEMUDH/AL
Telefone: (82)3315-2160
Email: supermulher.al@hotmail.com