22 de março de 2022 1:12 por Vanderlei Tenório
Primeira produção do Butão indicada ao Oscar, A Felicidade das Pequenas Coisas, que concorre na categoria Melhor Filme Internacional, estreia nas plataformas de streaming, a partir de 25 de março disponível no Belas Artes A La Carte, e a partir de 30 de março no Now. Em Maceió, a produção segue em cartaz no Cine Arte Pajuçara.

Indicação ao Oscar:
Escrito e dirigido pelo estreante Pawo Choyning Dorji, que também é escritor e fotógrafo, o longa-metragem é o segundo representante do Butão, um pequeno país da Ásia meridional, a ser inscrito no Oscar – o primeiro foi “A Copa”, de Khyentse Norbu, de 1999.
Comemorando a indicação, o cineasta postou uma nota em sua conta no Instagram:
“Hoje, me sinto muito honrado e orgulhoso, não como cineasta de um filme indicado ao Oscar, mas como butanês. A indicação de A Felicidade das Pequenas Coisas, na categoria Melhor Filme Internacional, é histórica para o Butão, um país pequeno, mas muito especial com muita sabedoria e compaixão para partilhar com o restante do mundo. Sou muito grato à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas e aos membros da Academia por nos dar essa oportunidade e plataforma para compartilhamos nós mesmos com o mundo. A jornada improvável desse pequeno filme, das geleiras do Himalaia ao Oscar, é a celebração de todas as possibilidades na arte e na criatividade. Esperamos que nosso filme, mostrando valores humanos muito simples e essenciais do lugar mais remoto do mundo, continue a tocar o coração das pessoas, especialmente nesses tempos de dificuldade.”
Enredo:
A história inspiradora de A Felicidade das Pequenas Coisas é protagonizada por um professor na faixa dos 20 anos Ugyen Dorji (Sherhab Dorji), que está prestes a terminar seu contrato com o governo como professor de escola pública. Ele está cansado dessa profissão, e cogita seguir seu sonho: se tornar um cantor na Austrália.
Ele é mandado para dar aula em Lunana, um vilarejo minúsculo e distante, um lugar com 56 habitantes, nas proximidades do Himalaia, e acessível apenas a pé – o que garante uma semana de viagem caminhando.
Ao chegar lá, tudo é tão ruim quando esperava: o celular não pega, seu quarto é terrível, e a energia elétrica é intermitente. E ele insiste em ser transferido, mas, enquanto a mudança não sai, é obrigado a dar aulas ali, e acaba sendo conquistado por seus alunos, e se encanta com Saldon (Kelden Lhamo Gurung), uma jovem cuja bela voz canta sobre a natureza e os espíritos.
Visão da crítica brasileira:
Desde sua estreia no Brasil, o filme só tem colhido elogios.
Mariane Morisawa, no Estado de S. Paulo, diz que “ A Felicidade das Pequenas Coisas é uma grata surpresa do Oscar.”
Bruno Carmelo, do Papo de Cinema, pontua “Em seu primeiro longa-metragem, o diretor Pawo Choyning Dorji aplica a cartilha consagrada do realismo social”.
No Cineweb, Alysson Oliveira, destaca que “o filme tem como seu grande trunfo a simplicidade, o que está em perfeita sintonia com a história que conta e o local onde se passa”.
Na Folha de S. Paulo, o jornalista e apresentador Zeca Camargo escreve: “Ao concluir a saga do seu professor, com pitadas de filmes do gênero que vão de ‘Ao Mestre com Carinho’ a ‘Sociedade dos Poetas Mortos’, só que com música, o diretor resiste ao clichê mais imediato da transformação.”