14 de maio de 2022 12:03 por Da Redação
Da Redação, com o portal História de Alagoas
Este dia 14 de maio marca os 101 anos de falecimento do compositor do Hino de Alagoas, Benedito Raimundo da Silva. Alagoas foi o terceiro entre os estados do país a ter seu hino oficializado após a instalação da República, depois de Rio de Janeiro e Santa Catarina. Bahia, Sergipe, Espírito Santo e Rio Grande do Sul já tinham os seus hinos desde o período monárquico.
Benedito nasceu Maceió, no dia 31 de agosto de 1859. Ficou mais conhecido como Benedito Piston, por dominar como poucos este instrumento musical. De origem humilde, aprendeu música com seu pai, Francisco Antônio da Silva, e aos 11 anos de idade já dava mostras do grande instrumentista que viria ser.
Aos 18 anos, em 1877, já apresentava suas primeiras composições e se integrou à banda de música “Dos Artistas”, vinculada à Sociedade Recreio Filarmônico Artístico e que tinha como maestro Valério de Farias Pinheiro.
Com o afastamento deste maestro em 1884, Benedito Piston assumiu a regência pela primeira vez em sua carreira de maestro.
Entre 1887 e 1889, esteve à frente da banda da Sociedade Recreio Filarmônico Minerva, rival da “Dos Artistas”.
Em 1890 assumiu a banda de música da Escola Central. Cinco anos depois liderava a da Sociedade Beneficente Euterpe Alagoana. Esteve ainda na Escola de Aprendizes Marinheiros (1899) e no Batalhão Policial (1903-04 e 1909-11).
Foi responsável pela organização das bandas do Montepio dos Artistas Alagoanos, da Filarmônica Eufrosina, da 5.ª Companhia de Caçadores, da Euterpe Miguelense e do Tiro Alagoano.
Em outros estados, foi regente de orquestras e ensaiador do 40.º Batalhão de Manaus, do 4.º Batalhão de Recife, além de corpos musicais da Bahia e Rio de Janeiro.
Além do Hino do Estado de Alagoas, também foi autor da música do Hino do 1º Centenário da nossa emancipação política, em 1917. A letra é de autoria de Jaime de Altavilla.
O seu Hino do 4º centenário do descobrimento do Brasil foi classificado em 2º lugar no Rio de Janeiro, em concurso realizado no fim do ano de 1899.
Benedito Raimundo da Silva deixou dezenas de composições em vários ritmos. Levantamento realizado por Moacir Sant’Ana, Billy Magno e Antônio Melo Barbosa identificou pelo menos, em números parciais, 291 títulos, mas podem passar dos 400. Poucos foram impressos ou publicados em revistas.
Em 1906, o jornal Evolucionista de 15 de março revelou que ele e o Dr. Miguel Omena pretendiam fundar uma sociedade para formar uma orquestra voltada para a música clássica.
Surpreendentemente, no ano seguinte as notícias publicadas sobre o maestro indicavam que havia desistido deste e de qualquer outro projeto.
Tinha 48 anos de idade e as várias notas publicadas no Gutenberg expunham que atravessava momentos difíceis: “O professor Benedito Silva não desejando procurar recurso na arte musical, tem para vender seu esplêndido arquivo a qualquer banda marcial”.
Manteve suas atividades até 1917, quando se registrou a sua participação como compositor da música do Hino do Centenário.
Faleceu em Maceió no dia 14 de maio de 1921. Tinha 62 anos de idade e sofria de paludismo pernicioso, além de viver na pobreza e esquecido.
Foi homenageado pela Câmara Municipal de Maceió, que denominou de Ladeira Prof. Benedito Silva uma importante via no bairro de Bebedouro.
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