A vida é mesmo assim: dialética em sua essência. Sobretudo, pelo ponto de vista do platonismo, onde a alma se eleva das aparências sensíveis às realidades inteligíveis.
Portanto, às vezes, ela proporciona encontros os mais interessantes e diamétricos.
Pois, foi assim que a plenitude adolescente do projeto Teatro Deodoro é o Maior Barato, em sua 17ª edição, se amalgamou à maturidade pós-moderna do Coretfal que, à época, comemorava 41 anos de atividade ininterrupta, proporcionando o espetáculo “Cantotempo” (foto), o mesmo, que já havia sido apresentado por duas vezes no palco sagrado da casa apolínea, com absoluto êxito.
Dessa vez, o espetáculo foi assistido por um bom público fiel ao Coretfal e por alunos da escola Medusa, da Barra de São Miguel, que fortaleceram um dos vetores desse imprescindível projeto – formação de plateia.
Com toda a caixa cênica do palco italiano do Teatro Deodoro desprovida de qualquer adorno, com exceção de um telão ao fundo, onde foram projetadas imagens de uma Maceió que já não existe mais, o espetáculo teve início com a entrada em cena do Coretfal formando nichos, rodas de conversas entre os seus componentes.
Esta primeira formação do coro já indicava que não teríamos algo convencional, do tipo impostado, que almeja um classicismo capaz de tangenciar o academicismo imaculado dos coros tradicionais, conservados em naftalina. Ou seja, um bom começo.
Como o título pressupõe, o espetáculo tinha o tempo como fio condutor e objeto de reflexão. E tudo lhe fazia referência. O repertório muitíssimo bem escolhido, os filmes, as cartas lidas e, de maneira especial, a presença, em uma das frisas do teatro, da saudosa fundadora do Coretfal, a maestrina Maria Augusta Monteiro.
No +, MÚSICABOAEMSUAVIDA!???