segunda-feira 16 de setembro de 2024

Ex-mulher que acusou Arthur Lira de agressão quer apoio de Calheiros para ser candidata

Jullyene Lins enviou carta ao dirigente do MDB manifestando desejo por pré-candidatura

15 de julho de 2022 1:55 por Da Redação

Julyenne Lins e Arthur Lira | Reprodução/Jefferson Rudy/Agência Senado

“Cansei de ser omissa, de me sentir fraca e conveniente com tudo que vem acontecendo comigo, com outras mulheres e os vulneráveis no País”, disse em carta ao senador Renan Calheiros (MDB/AL) Jullyene Lins, a ex-esposa que acusa o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), de cometer violência doméstica e alienação parental.

Jullyene foi casada com Lira por dez anos e teve dois filhos. No documento, ela pede a Calheiros que a aceite como pré-candidata a deputada estadual pelo partido para lutar em defesa de pessoas vulneráveis, vítimas da violência, especialmente as mulheres, além de combater “a falta de expressividade feminina na política”.

“Como se sabe, venho há muitos anos sendo perseguida e lutando pelos meus direitos que tive roubados por homens que se dizem ser os salvadores da pátria, paladinos da moral, religiosos, conservadores e defensores da família, quanto a esse último adjetivo chega a ser uma piada de muito mau gosto. Mas são apenas homens que defendem seus interesses particulares em detrimento de todos os outras e, para conseguir isso, se submetem a serem capachos e meninas de recados de outros que andam de moto e defendem Deus acima de todo, pensando eles que Deus não vê as mentiras e os crimes que cometem”, relata na carta.

O deputado Arthur Lira | Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Agressões

Em entrevista publicada pela Folha de S.Paulo no dia 14 de janeiro de 2021, e reproduzida pela revista Cláudia, Jullyene Lins disse que Arthur Lira a agrediu fisicamente, fez ameaças para que mudasse um depoimento contra ele e usou o nome dela para abrir uma empresa.

Ela abriu o primeiro processo contra o ex-marido em 2006, por lesão corporal. Segundo relatou, Lira foi até casa de Jullyene – na época, eles estavam separados devido a traições do marido – e, assim que ela abriu a porta, passou a agredi-la com socos, murros, pontapés, além de esganá-la. “Minha sorte foi a babá do mais velho, que ouviu meus gritos e ligou para a minha mãe, que apareceu lá, mas eu estava desfalecendo já”, relembrou.

A violência durou cerca de 40 minutos, durante os quais Lira, além de golpeá-la, também a xingava de vagabunda e outras ofensas. Com a mãe, o irmão e a babá como testemunhas, ela prestou queixa na delegacia e passou por exames no IML. Dias antes de ser ouvida, porém, a vítima recebeu uma nova visita surpresa de Lira, que entrou em sua casa sem que ela soubesse e a coagiu para que retirasse a queixa.

Quando ela se negou, Lira então ameaçou tomar a guarda dos filhos. Depois disso, Jullyene perdeu seu advogado e prestou depoimento acompanhada do advogado que representava o ex-marido e que a orientou sobre o que e quando falar, cutucando-a por debaixo da mesa durante a audiência. Com isso, Lira foi absolvido em 2015.

Meses depois, ela voltou a registrar um boletim de ocorrência contra o deputado. Na ocasião, ele havia tentado pegar os filhos em um dia fora do estipulado pelo calendário de visitas. Mais tarde, Jullyene conseguiu uma medida protetiva na Justiça para que o ex não pudesse frequentar os mesmos locais que ela e não ultrapassasse o limite de distância estipulado pela lei.

Leia a carta a Renan Calheiros na íntegra:

Ao Senhor Presidente do Movimento Democrático Brasileiro – MDB de Alagoas; Senador Renan Calheiros.

Venho por meio deste relatar que cansei, cansei de ser omissa, de me sentir fraca e conveniente com tudo que vem acontecendo comigo, com outras mulheres e os vulneráveis no País.

Como se sabe, venho há muitos anos sendo perseguida e lutando pelos meus direitos que tive roubados por homens que se dizem ser os salvadores da pátria, paladinos da moral, religiosos, conservadores e defensores da família, quanto a esse último adjetivo chega a ser uma piada de muito mau gosto. Mas são apenas homens que defendem seus interesses particulares em detrimento de todos os outras e, para conseguir isso, se submetem a serem capachos e meninas de recados de outros que andam de moto e defendem Deus acima de todo, pensando eles que Deus não vê as mentiras e os crimes que cometem.

Quero registrar, como todos sabem, que fui vítima de grave violência doméstica e alienação parental e só com a força de Deus é que tenho vontade de viver e observando a violência contra as mulheres crescer nos últimos anos, a intolerância sendo algo comum e a falta de expressividade feminina na politica. Principalmente por ver uma Deputada aqui em Alagoas que luta pelas mulheres, mas que defende e pede voto para aquele que as agride, simplesmente não dá para aceitar e permanecer no status quo.

Acreditando que o MDB é um Partido Plural e que não se renderia ao poder político dos usurpadores do Brasil de Plantão foi que decidi me filiar a esta agremiação e por estes motivos, venho pedir a Vossa Senhora que, se possível, aceite-me como pré-candidata a Deputada por Alagoas, para que assim eu possa representar e ajudar as mulheres e todos aqueles que sofrem violências e são usurpados de seus direitos!

Jullyene Lins.

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