19 de dezembro de 2022 5:29 por Da Redação
O valor do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), dinheiro público destinado ao financiamento das campanhas eleitorais, distribuído entre os candidatos a deputado federal é o maior da história de Alagoas. A soma dos recursos é a extraordinária cifra de R$ 50.072.377,99. A quantia será distribuída entre os candidatos das oito chapas registradas.
Em eleições anteriores alguns dos beneficiários hoje se manifestaram radicalmente contra o uso de recursos públicos nas campanhas eleitorais. Alguns chegaram inclusive a proferir discursos contra o Fundão. Mas, diante da bolada distribuída na Eleição 2022, esqueceram a questão.
O exemplo mais eloqüente é o da advogada Maria Tavares Ferro, 42 anos, do movimento RenovaBR. Em 2018, ela foi candidata a deputada federal pelo Partido Novo, e disse ter recebido doações privadas no valor de R$ 48.714,45.
Hoje, filiada ao PSDB, Maria Ferro recebeu R$ 325 mil, somente na primeira parcela do FEFC. A candidata declarou bens no valor de R$ 104 mil.
Em 2020, o bolsonarista Josan [Leite Pereira Barros] foi candidato a prefeito de Maceió, recebeu 160 mil, sendo R$ 70 mil oriundos do Fundo Eleitoral. Dois anos depois, é candidato a deputado federal e já na primeira parcela do Fundão recebeu R$ 500 mil.
O policial federal Flávio Moreno, um dos principais ativista de extrema-direita, que denunciava o uso de dinheiro público do Fundo Eleitoral, agora é um dos campeões de recebimento desse recurso. Já recebeu R$ 1 milhão e 300 mil.
O delegado Fábio Costa, que antes de receber os recursos públicos denunciava a compra de votos na periferia de Maceió, foi contemplado com R$ 1milhão 367 mil. Silenciou sobre esse assunto.
Para o ex-secretário de Segurança Pública, Alfredo Gaspar, a quantia do FEFC chegou a R$ 1 milhão e 140 mil. Sempre candidato, o pastor Ildo Rafael tem R$ 500 mil em conta, dinheiro oriundo do Fundo Eleitoral. Curioso é o caso da ex-presidente da Fundação Cultural de Maceió, Mirian Monte, que fez postagem nas redes sociais reclamando por ter recebido apenas R$ 470 mil para divulgar o que faz da vida.
Situação bem diferente vive o ex-deputado Régis Cavalcante, considerado um dos candidatos mais beneficiados com o dinheiro do Fundão. Candidato a deputado federal, recebeu R$ 2.154.473,00, um dos maiores valores entre todos os concorrentes.
Os gastos por candidato são limitados pela legislação eleitoral em R$ 3.176.572,53.