19 de dezembro de 2022 4:41 por Da Redação
Concluída a eleição para presidente da República, a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados é a principal luta pelo poder no Brasil. O atual presidente, deputado Arthur Lira (PP) trabalha para ser reeleito desde 2021, quando assumiu o cargo.
Para isso, vale lembrar, articulou a maior sangria dos cofres públicos da história da República, esquema conhecido como Orçamento Secreto, beneficiando parlamentares que garantiram a ele ser o presidente.
A sangria ultrapassou os R$ 50 bilhões.
É voz corrente entre deputados federais reeleitos, e também entre os novatos, que desta vez haverá disputa em grau mais elevado do que em 2021.
Na disputa por um novo mandato o quadro é bem desfavorável a Arthur Lira. Desta vez, o deputado não contará com o derrame de dinheiro do governo, como em 2021, quando o ainda presidente Jair Bolsonaro não teve limites para bancar sua campanha.
Diferencial
Uma das análises necessárias é diferenciar o exercício do cargo de presidente da República por Jair Bolsonaro, e pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Na verdade, não há parâmetro para essa comparação. Sem trânsito no parlamento, Jair Bolsonaro foi colocado em cativeiro político pelos deputados Ciro Nogueira e Arthur Lira, lideranças do Centrão.
Já o presidente Lula, que durante a campanha pontuou ser imprescindível eleger uma bancada de apoio e formar uma base ampla de sustentação do governo para aprovar os projetos nas casas legislativas, antes mesmo de assumir intensificou as conversas com os partidos e as instituições da República.
Lula tem feito busca ativa por apoio político-parlamentar e em todo sociedade, mesmo declarando que não se envolverá com a eleição no Legislativo e que o PT não apresentará candidato. O presidente eleito também envia sinais de que precisa contar com boa margem de deputados no seu entorno. Sinais diretos e indiretos, que serão emitidos até o dia 01 de fevereiro, data da eleição na Câmara dos Deputados.
As sobras
Diante deste cenário, o alagoano Arthur Lira terá que travar a luta não apenas com aliados ou comensais do Orçamento Secreto, mas com os blocos que estão sendo formados e vão resistir ao domínio estabelecido. Será uma nova realidade!
Há um universo de quase 50% dos deputados novatos e também outros interesses além dos particulares, onde o orçamento interno e a distribuição de cargos e benesses são moedas políticas fortes na disputa.
Dois anos depois, o processo será menos desigual e próximo da isonomia entre os postulantes. Mas não se pode esquecer, contudo, que há muita sobra proveniente do Orçamento Secreto.