O Vamos Subir a Serra, considerado o maior encontro afrocultural do Norte e Nordeste, foi iniciado no último dia 11 de novembro. Na sua sexta edição, o evento ocorre até esta terça-feira (15), na Praça Multieventos, que fica no bairro da Pajuçara, em Maceió. Em seguida, o evento sobe para a Serra da Barriga, em União dos Palmares, entre os dias 17 e 19 deste mês.
Na programação, uma variedade de atividades voltadas para a gastronomia afro-brasileira, empreendedorismo, estética afro, apresentações culturais, shows musicais, oficinas, debates, palestras, participações de figuras importantes do movimento negro, com o objetivo de fomentar, fortalecer e dar visibilidade às potencialidades e à ancestralidade negra.
O evento é aberto ao público e tem recebido visita não só dos alagoanos, como também de turistas. A exemplo da professora paulistana Rosana Ceccon, que aproveitou o último dia de viagem em Maceió para assistir às apresentações culturais na Praça Multieventos.
“Fiquei impactada com o evento porque perdi a oportunidade da experiência de subir a Serra da Barriga. Acho que é importante que a gente marque esse território para eliminar todo preconceito, toda desinformação, preconceito racial, preconceito religioso. A possibilidade de viver isso aqui, recebendo direto na veia é gratificante. Quem dera todo mundo pudesse. Que a gente possa reverberar lá fora para a gente virar uma coisa mais unificada, na questão do respeito e da diversidade”, comentou a professora.
Já a professora e coordenadora do curso de Letras da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Lígia Ferreira, participou do Painel que tratou sobre ações afirmativas e o sistema de cotas. Para ela, o Vamos Subir a Serra dá visibilidade às potencialidades negras e o reconhecimento de que o povo negro pode ocupar qualquer espaço.
“O Vamos Subir a Serra me fez refletir sobre uma coisa. Acho que esse termo – Vamos Subir a Serra – é emblemático, porque cada dia que passa nós estamos indo mais para o topo. Esse evento faz a gente entender – pela beleza que ele traz, a construção estética do evento, a organização, trazendo afro-empreendedores, a comunidade alagoana, pesquisadores, artistas, capoeiristas, povos de terreiros, comunidades quilombolas, movimentos da periferia de música, escolas – faz a gente entender que nosso lugar é no limite do céu. Ou seja, nós não temos limites para ocupar. Nossos espaços são todos os espaços. Nós temos capacidade para isso. O Vamos Subir a Serra tem uma simbologia da resistência, da luta, do lutar contra a escravização, contra a opressão da branquitude, é dizer para nós que temos que ocupar esses espaços. E chamar todos os outros. Esse evento é muito especial”, afirma a professora universitária.
A Sexta Edição do Projeto Vamos Subir a Serra conta com o patrocínio Master do Tiktok, e parcerias com a Fundação Municipal de Ação Cultural – FMAC; Secretaria de Estado da Cultura – Secult, Fundação Cultural Palmares, através de emenda parlamentar do deputado federal Paulão; Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SNPIR, vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos através de emenda parlamentar do Senador Rodrigo Cunha, além de emenda parlamentar da deputada federal Teresa Nelma, e dos apoios da UFAL através do Neabi, Nassau e Prefeitura de União dos Palmares.
Fonte: Assessoria