19 de dezembro de 2022 4:41 por Geraldo de Majella
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não assumiu o mandato, porém, já é tratado pelos chefes de estado como presidente. Humilhado, vítima de processos judiciais fraudulentos e encarcerado por 580 dias, readquiriu a liberdade e, com altivez, estende a mão a alguns dos seus algozes.
O ex-metalúrgico no cárcere era tratado como um líder mundial. Eleito pela terceira vez presidente, antes da posse, tem agenda cheia de compromissos com os principais líderes da Europa e dos EUA.
O Lula que venceu as eleições é uma liderança política brasileira incontestável, é um estadista que pensa em seu país e no mundo, onde é um ator com relevância.
O que emergiu das urnas foi um líder de massa capaz de superar idiossincrasias pessoais, políticas e ideológicas, ancorado numa Frente Ampla de partidos e personalidades da sociedade civil, artistas, intelectuais, movimentos sociais e empresários, em que os principais objetivos são a defesa da democracia e a redução das desigualdades sociais.
Extrema-direita isolou o Brasil
A extrema-direita que há quatro anos vencera as eleições jogou o país no mais profundo isolamento internacional e numa crise econômica e social sem precedentes. No meio do mandato, Jair Bolsonaro (PL) desdenhou da gravidade da pandemia do coronavirus que levou à morte quase 700 mil brasileiros e brasileiras.
A frente democrática construída durante a ditadura-militar (1964-1985) é um elemento de inspiração atual para isolar a extrema-direita que se enraizou nas instituições do Estado brasileiro e principalmente entre os militares.
Lula tem essa percepção e o PT, partido com maior inserção social, também compreendeu a gravidade do momento. O governo a ser constituído será uma frente com espectro mais amplo possível.
As principais democracias mundiais estão atentas aos movimentos do presidente Lula no cenário interno e externo. Todos sabem que os temas mais importantes na conjuntura mundial são a defesa da democracia, por motivos óbvios, reduzir a influência da extrema-direita, e a defesa do meio ambiente diante da catástrofe climática que a humanidade já está vivenciando.
Brasil é voz a ser ouvida pelo mundo
O Brasil será um dos protagonistas com relevância e uma voz que será ouvida. No Egito, onde participou da COP27, o presidente Lula sinalizou o quanto poderá realizar como articulador continental ao propor a cúpula dos países amazônicos, a garantia de que o acordo de cooperação entre Brasil, Indonésia e Congo será fortalecido. Juntos, os três países somam 52% das florestas tropicais remanescentes do planeta.
A fome que atinge milhões de pessoas no planeta será tratada como um tema da agenda nacional e internacional. Essas marcas e novas sinalizações apresentadas ao mundo por Lula é o que o diferencia e o eleva à condição de liderança mundial.
A biografia política e pessoal do presidente Lula já está escrita. O que deve ser acrescentado é que poucos líderes, na História, tiveram essa capacidade de falar para as massas empobrecidas no Brasil e de pautar a agenda internacional com a discussão da eliminação da fome e da pobreza, tendo como pontos de partida as políticas públicas dos governos Lula e Dilma Rousseff.
Lula não foi e nem será domesticado pela elite econômica brasileira. Com sacrifícios pessoais e obstinação política, negocia saídas táticas para alcançar objetivos estratégicos como os que vêm pautando os fóruns internacionais.
Lula, cada vez mais, é reverenciado pela opinião pública mundial.