sexta-feira 22 de novembro de 2024

Sem investimento na Educação, inclusão digital é pura fantasia

Estudantes são aprovados sem absorver conhecimentos básicos

10 de dezembro de 2022 10:48 por Geraldo de Majella

Foto: Thiago Ataíde

Maceió tem uma população estimada em 1.031.597 habitantes, representando 30.6% da população de Alagoas estimada pelo IBGE, que é de 3.365.351 habitantes.

Os problemas acumulados nas últimas décadas são impossíveis de serem resolvidos pela administração pública sem que se tenha planejamento e continuidade nas ações. O problema mais recente e visível é a destruição provocada pela Braskem, que tem como saldo o êxodo de mais de 60 mil pessoas, de cinco bairros, e a destruição física de mais de 14 mil imóveis.

O afundamento do solo causado pela mineração, somado à precariedade da infraestrutura viária, às moradias precárias, ao flagelo da fome e do desemprego e do transporte coletivo ineficiente impressiona.

Educação

Maceió está muito distante do que se pretende como uma cidade digital e inclusiva, através do acesso a internet como ferramenta a ser disponibilizada à população.

A Educação é a única possibilidade de ascensão social e econômica que a população pobre possui e que é obrigação do poder público ofertar. Por meio dela, as pessoas entram no mercado de trabalho formal em que a exigência mais básica é o conhecimento da língua pátria, de matemática e noções de informática, o que só é possível por meio da escolarização.

Foto; Caminhos da Reportagem/Agência Brasil

A educação básica é o primeiro e mais importante passo a ser dado pelas milhares de crianças e adolescentes que têm na escola pública a única possibilidade de se alfabetizar e seguir estudando.

Pandemia

A pandemia revelou que a estrutura das escolas públicas (municipais e estaduais) são muito mais precárias do que se pode imaginar. A falta de equipamentos essenciais como computador – nem as escolas e nem os professores têm – e rede de internet é de baixa qualidade.

Os professores sobrecarregados, que trabalharam remotamente, extrapolaram a carga horária.

Do outro lado, os alunos sem qualquer possibilidade de entrar no mundo virtual, tentaram acompanhar as aulas através dos modelos de aparelhos celulares de baixa qualidade, o que se revelou ineficiente.

As consequências são as piores, pois, os estudantes não tiveram acesso às aprendizagens necessárias. Isso se deu porque as aulas eram um faz de conta.

As aulas remotas eram impróprias, pois o que acontecia eram atividades pelo WhatsApp. Desta forma, uma parcela considerável dos alunos, que não possuíam celulares, não participavam. Os que tinham, encontravam dificuldades de compreender os conteúdos.

Foto: Bruno Cavalcanti

O Estado transferiu para docentes, discentes e famílias a responsabilidade que lhe cabia. Quando o ensino presencial, voltou, em setembro de 2021, era a continuidade do semestre, desconsiderando todas lacunas tecnológicas e de infraestrutura.

Os estudantes deveriam iniciar o ano letivo no qual estavam matriculados em março de 2020. A aprovação em massa nos anos de 2021 e 2022 foi uma medida que pode ser definida como uma fraude ao sonegar os direitos garantidos na Constituição Federal.

Esse abismo cavado pelo setor público tem consequências imediatas que são milhares de estudantes que não conseguiram estudar e foram aprovados sem que tivessem cursado as séries corretamente.

A prioridade dedicada à Educação pelos gestores tem sido, na prática, discurso sem compromisso.

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