sexta-feira 22 de novembro de 2024

Lira quer o Ministério da Saúde para aprovar PEC da Transição

Como presidente da Casa e líder do famoso “Centrão”, Lira tem uma confortável posição para barganhar espaços no governo além dos que já dispõe

14 de dezembro de 2022 12:51 por Da Redação

Arthur Lira | Divulgação

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), mandou um interlocutor avisar que não vai avançar com a PEC da Transição caso não tenha um pleito atendido pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O pedido é o Ministério da Saúde, que levou Lula a segurar o anúncio do nome de Nísia Trindade Lima, atual presidente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), como titular da pasta. O presidente eleito ligou para Nísia e explicou a situação.

Como presidente da Casa e líder do famoso “Centrão”, Lira tem uma confortável posição para barganhar espaços no governo além dos que já dispõe.

A disputa eleitoral, em Alagoas, agora toma proporção nacional entre os adversários Arthur Lira e senador Renan Calheiros (MDB). O presidente Lula terá muito trabalho pela frente para manter a coesão em pontos essenciais para governar.

Duas características diferenciam o deputado Arthur Lira de outros líderes do fisiologismo nacional no período republicano. O primeiro foi a pilhagem do Orçamento Nacional, que ficou conhecida como Orçamento Secreto. Segundo: ele não tem se incomodado com a opinião pública.

Essas duas características, pelos menos essas, o distingue dos demais. E o fato de não ter sido acossado por uma oposição considerável numericamente ajudou a criar a imagem do político “cumpridor de palavra”.

Essa expressão no meio parlamentar significa que ele contempla os seus pares com nacos de recursos do Orçamento Secreto. Essa pratica o fez o “todo poderoso”, sendo o político que colocou rédeas em Bolsonaro.

Lira é uma ameaça aos movimentos do presidente Lula em direção à formação de um ministério que possa recolocar o Brasil no caminho da normalidade institucional, num prazo razoável. E de reconstruir o conjunto de políticas públicas e, mais, uma base parlamentar que aprovem os projetos do governo.

Essas operações não serão nada fáceis e nem são comparáveis aos dois mandatos em que o petista governou o Brasil.

História

Alagoas tem tido importância política desde o golpe – denominado de Proclamação – comandado por Deodoro da Fonseca, em 1889, que derrubou a Monarquia e instaurou a República.

Os primeiros presidentes da República foram os alagoanos Deodoro e Floriano Peixoto. Durante 15 anos, a família Góes Monteiro, comandada pelo general Pedro Aurélio de Góes Monteiro, delegou poderes em Alagoas aos aliados e irmãos Ismar, Edgar e Silvestre.

O domínio desse clã teve a duração de 15 anos. Alagoas ficou conhecida, nacionalmente, como “Alagóes”, um propriedade política da família Góes Monteiro.

O protagonismo dos políticos alagoanos retorna com mais intensidade através do senador Teotônio Vilela, a partir do início da década de 1970, ao estabelecer distanciamento e discordância interna do regime militar. Ele assume a liderança da campanha da anistia aos presos e perseguidos políticos e, em 1983, ao morrer vítima de câncer, era a principal liderança de oposição.

Superada a ditadura militar e iniciada a transição à democracia, uma série de políticos se projetaram no âmbito nacional. É o caso de Renan Calheiros, ministro de Estado e quatro vezes presidente do Senado Federal. Aldo Rebelo, deputado federal eleito por São Paulo, também presidiu a Câmara Federal, da qual Arthur Lira é o atual presidente.

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