Professores de História da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) divulgaram uma nota nessa quarta-feira (11) na qual, além de manifestarem indignação com os atos golpistas e antidemocráticos ocorridos no último domingo (8), em Brasília-DF, esclarecem que o apoio aos terroristas por parte da professora Celia Nonata da Silva, é uma atitude isolada. Ela utilizou as redes sociais para estimular os ataques violentos à democracia.
Celia coordena o curso de História da Federal e postou um card em que convoca pessoas para a manifestação antidemocrática, que terminou com a destruição das sedes dos Três Poderes da República. A nota informa que a postagem da professora “não representa, jamais, os valores, os ideais, os sonhos e as utopias que vislumbramos de forma coletiva, sempre respeitando as opiniões divergentes e minoritárias, desde que estas não representem discursos e práticas de ódio”.
O grupo formado por 24 docentes afirma que serão tomadas providências legais em nome do compromisso “com a Universidade pública, gratuita e igualitária, sempre a perseguir, sem descanso, a justiça social”.
Leia a nota abaixo, na íntegra:
NOTA DE REPÚDIO DAS PROFESSORAS E PROFESSORES DO CURSO DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL)
Campus A.C Simões, Maceió/Campus Sertão-Delmiro Gouveia/Programa de Pós-Graduação (PPGH)
As professoras e os professores do Curso de História da UFAL que subscrevem esta nota vêm a público externar toda sua indignação com os atos golpistas e antidemocráticos ocorridos no último domingo, dia 08 de janeiro, em Brasília, quando, efetivamente, as sedes dos poderes republicanos foram atacadas de forma vil e covarde por bolsonaristas que tinham a plena consciência dos crimes que estavam a perpetrar.
Como historiadoras/es e docentes cientes do nosso papel social, alinhadas/os com a construção de uma democracia plenamente popular e uma sociedade radicalmente igualitária, nos sentimos no dever de publicizar e socializar com a comunidade de historiadoras e historiadores do País, como também com nossas/os discentes, técnicos/as, terceirizadas/os e a sociedade alagoana em geral, que a atitude isolada de uma docente do nosso quadro – que, por motivos meramente fortuitos em tempos pandêmicos exerce, neste momento, uma função de gestão – não representa, jamais, os valores, os ideais, os sonhos e as utopias que vislumbramos de forma coletiva, sempre respeitando as opiniões divergentes e minoritárias, desde que estas não representem discursos e práticas de ódio.
Como sabemos que apenas notas de repúdio não são suficientes para conter a sede de sangue e de terror de fascistas disfarçadas/os de intelectuais – que vivem a embriagar-se pela cólera que acomete séquitos raivosos abrigados nas chamadas “redes sociais” – nos comprometemos, conjuntamente, a buscar soluções legais em prol da defesa de nossa jovem e frágil democracia, sem justiçamentos, mas cientes de nossa tarefa na condição de trabalhadoras/es da educação, comprometidas/os com a Universidade pública, gratuita e igualitária, sempre a perseguir, sem descanso, a justiça social.
Maceió, 11 de janeiro de 2023.
Ditadura, Nunca Mais!
Sem Anistia!
Assinam os/as professores/as:
Prof. Dr. Alberto Saldanha
Profª. Drª. Ana Cláudia Aymoré
Prof.ª Dra. Ana Paula Palamartchuk
Prof. Dr. Anderson da Silva Almeida
Profa. Dra. Andréa Giordanna Araújo da Silva
Prof. Dr. Antônio Alves Bezerra
Prof.ª Dra. Arrisete Cleide de Lemos Costa
Prof. Dr. Aruã Silva de Lima
Profª. Msª. Clara Suassuna Fernandes
Prof. Dr. Danilo Luiz Marques
Prof. Dr. Elias Ferreira Veras
Prof. Dr. Eltern Campina Vale
Prof.ª Dra. Flávia Maria de Carvalho
Prof.ª Dra. Irinéia Maria Franco dos Santos
Prof. Dr. José Vieira da Cruz
Prof.ª Dra. Lídia Baumgarten
Prof.ª Dra. Luana Tamano
Prof. Dr. Marcos Ricardo de Lima
Prof.ª Dra. Michelle Reis de Macedo
Prof. Dr. Osvaldo Batista Acioly Maciel
Prof. Dr. Pedro Abelardo de Santana
Prof. Dr. Pedro Lima Vasconcellos
Prof. Dr. Raimundo Arrais
Prof. Dr. Rodrigo Costa