20 de janeiro de 2023 8:58 por Da Redação
Se você cresceu nos anos 1990 e nunca rebobinou uma fita cassete, não usou uma camisa do Nirvana ou até mesmo não cuidou de um Tamagotchi, provavelmente você não viveu da forma correta. Aqui no Brasil, ainda existiam eventos de rock que eram patrocinados por marcas de cigarros, Hollywood Rock era um deles.
Surgia um fenômeno nos Estados Unidos, a música produzida pelo Nirvana, Alice In Chains, Hole, Bikini Kill era conhecida como parte do movimento grunge – que significa ‘sujeira’, fazendo jus ao som underground e ao estilo visual.
Com o boom das bandas femininas, o movimento feminista também era forte e nomeado de ‘Riot Grrrl’. Camisas de flanelas, cabelo sujo e repicado, meia calça e lápis de olho se tornaram essenciais. Numa indústria onde a figura masculina dominava, ver mulheres tocando baixo, guitarras elétricas, bateria e berrando no microfone era realmente inspirador. Na verdade, ainda é.
O nascimento de boybands e girlgroups no meio pop fez a alegria da galera com Backstreet Boys, Spice Girls, Irmãos Hanson. Já aqui estavam dançando na boquinha da garrafa com o É o Tchan, imitando a Natasha – personagem da Claudia Ohana na novela Vamp –, ou esperando o Sabadão Sertanejo começar (alô, mainha!).
A MTV também foi fundamental para apresentar as músicas e febres do momento. A house music teve seu espaço e o ecstasy era consumido em proporções maiores, junto da heroína.
A geração também perdia os seus maiores: Kurt Cobain, Cazuza, Renato Russo e Freddie Mercury. A camisinha se torna o método contraceptivo e de prevenção mais eficaz contra a AIDS, a Revista Capricho foi estampada pela jovem Luana Piovani segurando uma camisinha e havia uma frase conscientizadora enorme: “CAMISINHA: TEM QUE USAR!”.
Com este embarque com gostinho de nostalgia de uma época que eu não presenciei, mas ouvi falar dos familiares, ontem fui ansiosamente assistir a série spin-off de “That ‘70s Show”. Vinte anos se passaram e desta vez, os personagens principais são os filhos adolescentes dos jovens setentistas.
Leia, a personagem principal, é filha do casal Eric Forman e Donna Pinciotti. O pai resolveu colocar este nome na garotinha por influência explícita da saga ‘Star Wars’. Com os trejeitos do pai, a garotinha é o xodó dos avós e a mais recente visitante de Wisconsin, um lugar tranquilo e pequeno.
A série retrata bem aquele período e mostra que temas conversados naquela época ainda são debatidos hoje em dia. Gwen (Ashley Aufderheide) é uma adolescente que se mostra decidida, possuindo uma linha de pensamento feminista. Ozzie (Reyn Doi) se descobre homossexual e de maneira confortável, decide se assumir. Leia (Callie Haverda) e Donna (Laura Prepon) conversam sobre sexo e métodos de prevenção, fazendo com que o sexo seja proveitoso e não traumatizante para a jovem que mal havia beijado.
Talvez seja um apelo sentimental e nostálgico colocar os antigos personagens nas cenas, provavelmente para vingar, já que a ‘That ‘80s Show’ não fez o sucesso esperado da série que antecedia. E realmente aconteceu, Laura Prepon, Ashton Kutcher, Mila Kunis, Wilmer Valderrama e Topher Grace, os jovens da ‘T70s’, apareceram para a felicidade dos espectadores.
Cheia de referências, a que eu mais curti foi a parte final, a máquina Kodak captou todos os vinte e quatro momentos do grupinho. Registrando momentos aleatórios e divertidos que ficariam somente na memória. E como canta as Spice Girls: “Make it last forever, friendship never ends”.
Produzida por Gregg Mettler, Bonnie Turner e Lindsey Turner, a série tem apenas dez episódios e deixou em aberto para uma possível continuação. A Netflix é a distribuidora responsável, por enquanto, no catálogo há somente dez capítulos.
Então, já pode ficar na fila da locadora mais próxima…Ops! Já adiciona na fila para assistir, curta de maneira despretensiosa e saudosista.
Confira o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=F36HBFGxWkg