quinta-feira 25 de abril de 2024

O PT e os militares

Partidos de esquerda em geral e Forças Armadas possuem histórico de distanciamento político-ideológico. Há como quebrar isso?

28 de janeiro de 2023 9:21 por Geraldo de Majella

O presidente Lula com o novo comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva | Ricardo Stuckert

O Partido dos Trabalhadores (PT) é o maior partido do Brasil e do continente. A influência política e social é inegável, goste ou não. O PT, em quatro décadas, teve erros e acertos, mas, se consolidou como um partido de massa.

As outras agremiações de esquerda têm vida orgânica, como PSOL, o PCdoB, PCB e UP, que são organizações estruturadas nacionalmente, porém, com força em poucas áreas urbanas. O PSOL, pode-se afirmar que está concentrado no eixo Rio-São Paulo e Belém, capital do Pará. Os demais partidos têm presença fragmentada nos estados.

A influência política e ideológica do PT e das esquerdas é originária dos movimentos sindical e sociais, que lutam por reforma agrária, moradia, mulheres, juventude, movimento LGBTQI+, indígenas, estudantis e outros.

O PT foi o partido brasileiro que mais avançou no trabalho junto aos policiais militares, civil, federais e rodoviários federais, além de guardas municipais e trabalhadores em vigilância. A influência tem origem na organização sindical e fez crescer a presença do partido entre esses setores tão arredios aos partidos de esquerda.

Lula diante de militares durante o primeiro mandato | Divulgação

No entanto, o PT e a esquerda não conseguiram estabelecer qualquer influência nas Forças Armadas. Mesmo o partido tendo governado o país durante quatro períodos com Lula e Dilma Rousseff. Lula, pela terceira vez, se elege e o país foi mergulhado numa crise política tendo como centro a extrema-direita e seus tentáculos militares.

O relacionamento da esquerda com as Forças Armadas é um ponto de atrito na história recente do Brasil. Até o golpe militar de 1964, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) contava com um número considerável de filiados (clandestinos) entre os militares das Três Armas. O exemplo mais destacado é o do historiador e general Nelson Werneck Sodré, o general Henrique Cordeiro Oest, Salomão Malina, Apolônio de Carvalho, Dianrco Reis, Lincoln Cordeiro Oest entre tantos outros. Mas, o PCB não tinha uma política definida para atuar junto aos militares.

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Acrescentem-se, ainda, os militares identificados com o trabalhismo janguista e brizolista situados no campo ideológico do nacionalismo, com destacado papel na defesa das riquezas nacionais, principalmente, na luta em defesa do petróleo e da criação e consolidação da Petrobras. Sem deixar de mencionar os militares como o Marechal Henrique Teixeira Lott, uma legenda na defesa da legalidade e da democracia e o almirante Cândido Aragão, comandante dos Fuzileiros Navais, que esboçou resistir ao golpe de 1964.

O general Lott, defensor da democracia | Arquivo

A esquerda tem poucos especialistas nessa área, o que falta é construir políticas para entender e influenciar esse setor. Há, nos partidos de esquerda, dezenas de políticas que orientam os dirigentes e militantes nos diversos setores organizados dos partidos. Não existe, nos estatutos do PT e dos demais partidos, o setorial militar.

Os policiais militares e das outras polícias se organizam em torno das disputas sindicais ou para discutir sobre direitos humanos, o que também é importante e deve continuar sendo alvo de estudos e debates.

Formação de quadros

A falta de quadros políticos oriundos das Forças Armadas e das polícias é um problema a ser superado pelo PT e pelos demais partidos. A direita não tem como concepção a formação de quadros, mas, a cooptação de lideranças que despontam para exercerem cargos públicos e, em geral, aplicarem os ensinamentos adquiridos nas academias militares que têm na violência a principal ação. Além disso, a população e os movimentos sociais são mostrados como o “inimigo a ser eliminado”.

Refletir sobre essa fragilidade é importante. Não há justificativa para, depois de quatro décadas de existência, cinco mandatos presidenciais e dezenas de eleições de governadores, o PT não ter uma política definida para atuar junto às Forças Armadas e à formação de quadros.

Secretarias e Setoriais

Pelo reconhecimento da luta por igualdade, o PT organiza as secretarias de Mulheres, Juventude, Combate ao Racismo e Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT). Constituem também secretarias nacionais as de Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário, Sindical e Cultura.

E há ainda as Setoriais Nacionais vinculados à Secretaria Nacional de Movimentos Populares: C&T e TI, Comunitário, Direitos Humanos, Economia Solidária, Educação, Esporte e Lazer, Pessoas com Deficiência, Saúde, Inter-religioso, Direitos Animais, Logística, Transportes e Mobilidade Urbana, Segurança Pública, Energia e Recursos Minerais, Assuntos Indígenas, Moradia e Segurança Alimentar.

O PT estimula a organização partidária dos filiados e filiadas petistas conforme os movimentos sociais em que estes e estas atuam.

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