segunda-feira 25 de novembro de 2024

06 de fevereiro de 1694 – Destruição da última fortaleza Palmarina.

LIBERDADE – a resistência ao trabalho escravizado

6 de fevereiro de 2023 2:54 por Da Redação

 

Último combate

 

Prof. Me. Zezito de Araújo historiador e professor aposentado da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Domingos Jorge Velho condicionou a destruição da Cerca Real dos Macacos a exigências que foram negociadas e aceita pelo governador de Pernambuco, Marquês de Montebelo, em 3 de dezembro de 1691:

 

• O governador prometia aos paulistas sesmaria nas terras dos Palmares (Atalaia)
• O governador prometia dar as sesmarias que os paulistas pretendiam no rio dos Camarões e na Paraíba, “da maneira que as quiserem”.
• Por negro palmarino que voltasse ao domínio dos seus senhores, estes pagariam 8$ a Domingos Jorge Velho. Os senhores “satisfariam” os mesmos 8$ ao “coronel”, por escravo aprisionado pelas suas forças nos Palmares. Os “filhos do mato” – os negros nascidos nos Palmares – pertenceriam ao comandante dos paulistas, “como se em guerra os cativara”.
• O governador dava poderes a Domingo Jorge Velho para prender todo morador da capitania que socorresse os negros, “sem embargo de ser pessoa de qualquer qualidade”.
• O governador e o Ouvidor Geral perdoavam os crimes que os paulistas tivessem cometido.

A Cera Real dos Macacos, – Serra da Barriga – era para os quilombolas, liderados por Zumbi dos Palmares, o último símbolo de resistência, portanto, dariam a vida para ela manter-se intacta. Já para o Estado colonizador português, a Cerca Real dos Macacos, era o último reduto dos quilombolas que teria que ser destruído, porque representava o poder dos escravizados no interior do Estado colonizador português.

 

Foi convocado para destruir a Cerca Real dos Macacos, o bandeirante paulista, Domingos Jorge Velho, conhecido da Coroa portuguesa pelos genocídios que tinha cometido contra as populações os indígenas de janduins e tapuias do Rio Grande do Norte, nas regiões de Piranhas e Açu.

 

Mobilizou-se o maior contingente militar que se tem conhecimento na História do Brasil Colônia para destruir o Quilombo dos Palmares, cerca de 10.000, formado por militares do exército português e mercenários indígenas, negros alforriados e pobres brancos. Além desses, foram convocados homens de Olinda, Recife, Porto Calvo, Alagoas (Marechal Deodoro), Penedo, Anadia.

 

Para defesa da Serra da Barriga, os quilombolas construíram fossos nas fraldas da Serra e cerca para dificultar o avanço das tropas invasoras. Após 22 dias de cerco, e utilizando pela primeira vez na história canhão, no dia 06 de fevereiro de 1694, as tropas colonizadoras sob o comando de Bernardo Vieira de Melo, Sebastião Dias e Domingos Jorge Velho, destruíram a última resistência quilombo, assassinado, idosos, crianças e adultos.

 

A destruição da última fortaleza palmarina, a Cerca Real dos Macacos, foi uma verdadeira chacina, os quilombolas foram cortados a machado e foice ainda com vida. De uma população de 10.000 habitantes, apenas 519 foram encaminhados vivos ao Recife. Os expedicionários degolavam e matavam sem misericórdia. Os soldados de Jorge Velho, “degolaram aos que puderam”. Desvairados pela se de sangue, não pensavam em fazer presas. Conta Frei Loreto do Couto que avançavam “cortando e matando tudo o que encontravam” e os cadáveres se amontoavam “tendidos tantos que lhes faltou a muitos terreno para caírem”. (FREITAS.1982, p. 177).

Fonte:

FREITAS, Mário Martins de. Reino negro de Palmares, 2ªe. – Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1988.

 

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