Neste mês, a maior tragédia socioambiental em área urbana do mundo, provocada pela Braskem em Maceió, completa cinco anos. Desde o primeiro tremor de terra, em março de 2018, que deu o sinal das consequências da exploração de sal-gema na capital alagoana, vários estudos vêm sendo realizados e comprovado o envolvimento da mineradora na tragédia que atingiu 60 mil moradores de cinco bairros da cidade.
Uma dessas pesquisas é conduzida por professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade Nacional de Brasília (UnB). O projeto Análise Quali-Quantitativa dos Incidentes Ocasionados pela Mineradora Braskem em Maceió-AL sob a Perspectiva da Sustentabilidade em suas Dimensões Econômica, Social e Ambiental é coordenado pela professora Natallya Levino (Ufal).
O trabalho, que foi aprovada no Edital Universal do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em 2021, conta com a participação dos professores Anderson dos Santos (Ufal), Verônica Antunes (Ufal), Marcele Fontana (UFPE), Patricia Guarnieri dos Santos (UnB) e Diego Mota Vieira (UnB). Foi criado um repositório para divulgar os artigos e outros produtos desenvolvidos pelo grupo.
De acordo com Natallya, a pesquisa surgiu da necessidade de se conhecer mais sobre o fenômeno e suas implicações. “Vale ressaltar, que por ser um fenômeno recente, o material produzido ainda é insuficiente para dimensionar a grandiosidade do impacto e seus desdobramentos. O repositório tem a finalidade de reunir as informações produzidas por diferentes grupos de forma a publicizar o desastre que hoje atinge quase 60 mil famílias diretamente e impacta em toda a cidade de Maceió”, explicou a pesquisadora.
O grupo de pesquisa também criou um canal no Youtube intitulado Relatos de uma tragédia. “O canal tem o objetivo de divulgar os resultados da pesquisa e promover o debate com a comunidade sobre os dados levantados, em busca de soluções. Queremos criar esse fórum permanente de debates, porque muitas informações e análises ainda serão produzidas sobre esse caso grave registrado em Maceió”, concluiu a pesquisadora.
Confira o repositório aqui
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*Com Ascom Ufal