O prefeito de Maceió, JHC, mantém a performance de marketing insuperável, até o momento. A última ação marqueteira foi o contrato firmado entre a Prefeitura de Maceió e o Grêmio Recreativo Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis (RJ), cujo presidente é o contraventor Anísio Abraão David.
A edição de sexta-feira (12) do Diário Oficial Eletrônico do Município de Maceió traz o valor e as condições em que serão realizados os desembolsos conforme cronograma estabelecido por um plano de trabalho.
A justificativa do contrato de R$ 8 milhões a serem pagos pela municipalidade à Beija-Flor é a viabilização, interna e externa, do destino turístico Maceió, por meio de recursos próprios.
Desde que assumiu o mandato como prefeito, JHC estabeleceu como estratégia de comunicação as redes sociais com a produção de fatos pouco relevantes, mas, que têm deixado os seus opositores se reação. O que mais repercute na sociedade é a sua fala diária – mais de uma – nas suas redes sociais.
A desenvoltura com que se comunica é inigualável e, por essa razão e outras, vem pavimentando a sua reeleição se comunicando com o mundo exterior, o que lhe garante certa blindagem administrativa. E assim, ele segue produzindo fatos diários para consumo nas redes sociais, seguindo a estratégia da sua equipe de marketing.
O contrato da Prefeitura de Maceió com a Beija-Flor é um espetáculo de mídia e pode, efetivamente, aumentar a presença de turistas em Maceió. Mas, como a iniciativa privada alagoana exerce atração sobre os recursos públicos, nessa operação os empresários do setor turístico não participam com um real, mesmo de forma simbólica.
As políticas públicas que fazem a diferença na vida da população acabam sendo inviabilizadas com a avalanche de propaganda e mídia sobre as belezas da cidade de Maceió.
O fato concreto é que JHC pilota com larga vantagem para a sua reeleição em 2024. A falta de oposição real o deixa na raia correndo sem qualquer obstáculo.
Beija Flor e Anísio Abraão David
Quem é Anísio Abraão David? Os jornalistas Aloy Jupiara e Chico Otavio, em Os Porões da Contravenção, escancararam a histórica e macabra sociedade entre o jogo do bicho e a ditadura militar.
O bicheiro de Nilópolis, cidade da Baixada Fluminense, não é um benemérito como querem alguns, mas, um dos mais perigosos membros da máfia do Jogo do Bicho brasileiro.
A obra ressalta que os “personagens principais, Anísio, capo da Beija-Flor, Castor de Andrade, o benfeitor da Mocidade Independente, e Capitão Guimarães, militar e torturador dos calabouços da ditadura, cresceram e apareceram (não sem muito sangue) no ambiente terrivelmente favorável dessa parceria”.
Os autores seguem na caracterização dos criminosos afirmando que: “A imagem romântica do jogo de bairro oculta uma organização com qualidades mafiosas, modelo empresarial, esquemas e planejamentos intrincados, fluxo de caixa e divisão territorial. A sua profissionalização se refina na década de 1960, aproveitando-se da opressão da máquina autoritária letal montada pelos generais para aniquilar a falácia da ameaça comunista que pairava sobre o Brasil”.
As escolas de samba que, historicamente, é criação e consagração da população mais pobre do Rio de Janeiro foi sendo sequestrada pelos criminosos contraventores e pelos políticos.
Hoje é totalmente dominada por organizações criminosas como definiu a juíza Denise Frossard, que mandou para a cadeia 14 banqueiros líderes do jogo do bicho, condenados por mandar matar, formação de quadrilha, sequestro e bando armado – a alta cúpula de bicheiros integrantes do crime organizado do Rio de Janeiro foi parar atrás das grades. Entre eles, Anísio Abraão David o todo poderoso presidente da Beija Flor de Nilópolis.