Em todo o mundo, a extrema-direita se apoia no discurso anticorrupção, como aspiração ética, e na defesa da família, como um dos valores morais. Em Alagoas, os políticos ligados a esta corrente política se esforçam para criar uma “realidade paralela”.
Diante disso, ignoram as denúncias, com provas substanciais, que revalam a corrupção de Bolsonaro, dos filhos Flávio, Carlos, Eduardo e Renan, e da mulher, Michele. Também fingem desconhecer as travessuras do círculo militar íntimo e de incontestável confiança do ex-presidente, que inclui nomes como o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens que se encontra preso, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o primeiro a ser preso e que foi solto com tornezeleira eletrônica.
O vereador de Maceió Leonardo Dias (PL) e o deputado estadual Cabo Bebeto (PL) seguem fugindo da realidade. Dias foi candidato a vice-governador, companheiro de Fernando Collor (PTB), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à prisão por crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro em um caso envolvendo a BR Distribuidora, além de formação de quadrilha.
O deputado Cabo Bebeto, aliado de Collor de primeira hora, não se pronunciou sobre o amigo e aliado condenado por corrupção. A condenação do ex-senador não lhe abre possibilidade de contestação.
Os demais parlamentares da extrema-direita alagoana como Alfredo Gaspar (União Brasil), Delegado Fábio Costa (PP) e Delegado Leonam (União Brasil) estão em silêncio.
Os vídeos veiculados em suas redes sociais demonstram o quanto estão afinados com a corrupção e como possuem seletividade na fala anticorrupção. A defesa dos terroristas presos no dia 8 de janeiro não tem sido feita, os ataques ao STF são assuntos esquecidos pelos extremistas.
O discurso anticorrupção, além de seletivo, tende a ser esquecido como ação parlamentar. A velocidade em que se encontram as investigações do núcleo político da extrema-direita nacional e que poderá levar Bolsonaro à prisão será o final da linha para os extremistas.