Fotos: Cortesia/Claudevan Melo
Local de repouso de famílias tradicionais e personalidades ilustres de Alagoas, o Cemitério Nossa Senhora da Piedade, em Maceió, é o retrato do abandono. O lixo acumulado nas ruas laterais do cemitério, além do descaso com a conservação interna, demonstra a falta de zelo da municipalidade.
No local, estão sepultados o ex-governador Sebastião Marinho Muniz Falcão, o médico Sebastião da Hora, o jornalista e escritor Rubens Jambo, o acadêmico e jurista Jayme de Altavila, o comendador e industrial Gustavo Paiva, a educadora Zezé Loureiro, Cyridião Durval, comendador Teixeira Bastos. No cemitério está o mausoléu dos ex-combatentes na 2ª Guerra Mundial.
O 082 Notícias procurou a Autarquia Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Limpeza Urbana (Alubr) e ouviu do órgão que este isolará as áreas que apresentam risco e, “após o levantamento dos danos e um novo projeto realizado por órgãos responsáveis pelo patrimônio da capital, executará as devidas reformas”.
“Para fazer denúncias e solicitações, o cidadão deve ligar diretamente nos canais da Central de Monitoramento da Alurb, que atende pelo 0800 082 2600 ou pelo whatsapp 98802-4834”, conclui a nota.
Histórico
O jornal O Correio de Maceió de 29 de setembro de 1850 publicou o expediente do governo informando que foi ordenado ao engenheiro Pedro José Schranback que marcasse e fizesse o quadro de alicerce para a edificação do cemitério, preparando para receber a primeira pedra.
O cemitério começou a funcionar ainda em 1855, mesmo com algumas obras em andamentos.
No ano seguinte, a situação era a mesma e Sá e Albuquerque resolveu nomear uma comissão para administrar as obras, além de reconhecer as elevadas despesas com a construção. Em 26 de janeiro deste mesmo ano, iniciou as obras da capela do cemitério.
Uma construção em estilo neogótico, que ostenta três altares. O altar-mor era consagrado a N. S. da Piedade (recebia também uma escultura de Jesus Cristo Crucificado) e os laterais a Bom Jesus da Redenção e a São Miguel da Penitência, representados por pinturas. Uma reforma em 1950, retirou esses quadros.
Como as irmandades não construíam suas catacumbas e havia a ameaça do cólera, o presidente Sá e Albuquerque anunciou, em 1856, que o próprio governo assumiria a conclusão da obra, mas fez questão de denunciar os que não cumpriram com os compromissos. “Apenas duas, as do Sacramento e Martírios, construíram as que lhes pertenciam”.
Fonte: www.historiadealagoas.com.br